Por: João Vicente Machado
Quatro Ases e Um Coringa foi um grupo vocálico musical formado no Rio de Janeiro e que juntamente com os Anjos do Inferno, fez muito sucesso lá pelos anos 40 do século passado, ou seja, me viram nascer.
Foram da época de ouro do rádio, em que imagem existia apenas nos templos católicos e nos museus e quando me reporto à imagem, quero me referir à televisão que surgiria bem depois, pelo menos no nordeste brasileiro.
Miltinho, intérprete preferido do grande compositor Luiz Antônio, sobre quem o nosso garimpeiro cultural Flávio Brito discorreu em detalhes no nosso blog, fez parte do grupo ao qual me refiro. Pelo menos Miltinho, os coroas como eu conhecem, não é possível que não!
Quem nominou o grupo, com certeza era um aficcionado do jogo de cartas pois, além dos quatro ases presentes em qualquer baralho, incluiu um coringa que é uma figura caricata de valor variável, também conhecida como melé. (socorram-me Joaquim Almeida e Marinaldo Cavalcante)
Recorri a uma figura de linguagem conhecida na gramática por comparação, para emoldurar a minha modesta opinião sobre um grupo que forma a linha de frente do que chamo de milícia virtual da Parahyba.
Tem na sua composição de origem um coringa que aparenta exercer uma ascendência sobre os demais e desde 2011, durante todos os dias de todos esses anos, tem o governador Ricardo Coutinho como alvo quase único da sua fixação.
A repetição é tão sistemática que eu deixei de visualizá-lo por saber da sua psicose amiúde. Contudo, ao fazê-lo e me deparar com a ignomínia do dia, ato contínuo confiro nos quatro ases, que são cinco ou seis, onde a “notícia” muda de forma, mas o conteúdo é o mesmo.
Essa semana e em tempo de bolsonavirus resolvi dar uma olhada e lá estava ele com a lira sem inspiração e desafinada, tocando o mesmo samba de uma nota só. Nem o vírus o fez variar!
Termino me valendo da verve de Lourival Batista, o Louro do Pajeú, em referência a um violeiro conhecido, jovem e com muita vontade de “dar uma surra” nos Batistas e escolheu logo Louro numa cantoria de pé de parede com Pinto do Monteiro.
Louro disse assim:
“Esse menino eu conheço
Lá de Gonçalves Ferreira.
Parece vitrola antiga,
Com aquela gemedeira.
Levando agulha no fundo
Cantando a mesma besteira”
Bom dia e lembrem sempre: nada de pânico, pois vírus, diferentemente de bactérias, é muitas vezes menos letal.
Todavia, para nós idosos, hipertensos e diabéticos, o isolamento social é imperativo e no dizer da minha sobrinha Fátima Machado: “é difícil mas não é impossível”!