É tempo de se amar

Por: Neves Couras;

Essa semana, em nossos Reels, trouxemos a reflexão de um tema que ainda é tabu para muita gente: a doação de órgãos. Sei que é muito difícil pensar em nossa finitude, mas ela é real. É real também que se não pensarmos nisso, quando estamos bem e saudáveis, deixaremos para a hora mais difícil, principalmente para nossa família, a tomada de decisões que não são nada fáceis.

Precisamos pensar que não sabemos a hora de nosso retorno a Pátria Espiritual, nem tão pouco como se dará isso. Podemos partir ainda jovens com uma morte que preserve nossos órgãos, ou velhinhos quando esses, estão já bem gastos não terão mais serventia, como dizia um amigo.

Pensemos o quanto, mesmo neste momento difícil, podemos ajudar outras pessoas que ficarão por aqui e precisam de órgãos para terminar de cumprir a sua missão, enquanto, para você, eles não servirão mais.

O cuidar de nosso corpo é uma necessidade para que possamos seguir em frente com a vida. A ciência, através da medicina, tem avançado enormemente em muitos aspectos, embora reconheçamos que nem todo avanço tecnológico chega a todas as camadas da população, mas essa, é uma outra história.

Não podemos pensar no corpo como algo intocável, como faziam os faraós que guardavam seus corpos embalsamados, assim como seus pertences próximos a eles, para levá-los consigo no outro mundo.
Outra forma de pensarmos que pode nos ajudar a tomar a decisão de sermos doadores de órgãos é que podemos fazer uma última boa ação apenas doando algo que não nos serve mais.

Acompanhamos histórias ao longo de nossa vida, de órgãos que foram doados e foram rejeitados pelo receptor. Sabemos que, do ponto de vista espiritual, em alguns casos, os órgãos são rejeitados, porque os doadores se apegam tanto ao seu órgão doado, pois ele não se preparou para esse doar-se, assim, o espirito doadora “briga” para ter seu órgão de volta. Outras tantas, como em incontáveis tratamentos médicos, o doente não se sente digno da cura ou, em seu âmago, não a deseja.

Sei que esse tema é bastante polêmico, mas, caros leitores, está na hora de repensarmos atitudes e saímos das caixinhas que a própria religião nos coloca, quando na verdade, quando estivermos do outro lado, não será a religião que escolhemos que irá nos colocar em um lugar melhor, mas sim nossas ações e sentimentos que foi envolvido o verdadeiro amor.

Em meio a tantas religiões, há as que acham que Jesus é de sua propriedade. Lembremos que Jesus não deixou nenhuma religião, apenas os ensinamentos para sermos melhores a cada dia. Cada ação nossa, poderá nos levar muito longe neste momento de transição do Planeta Terra. O planeta terá suas energias transmutadas, também nós. Para que tenhamos um lugar de paz e serenidade, tudo depende de nós. Como agimos conosco e com o nosso próximo.

Assim, como o nosso planeta, o plano terreno, o corpo é nossa morada passageira, nosso instrumento de trabalho. Temos de cuidar bem dele para que dure até o último segundo que deveremos ficar unidos, mas um dia chegará ao fim de nossa jornada. Não seria lindo repensar nossas atitudes e pensarmos em sermos doadores de órgãos? Essa é uma atitude inteligente e caridosa e que nos permite, ainda que não mais aqui, continuarmos fazendo o bem a quem precisa.

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