A Cruz e seu Significado Místico

Por: Mirtzi Lima Ribeiro;

Poucos conseguem penetrar nos domínios e estudos herméticos a respeito de tudo o que nos cerca. Se nos debruçarmos nesse universo particular, começaremos a ver conexões, paralelos, relações surpreendentes e damos passos significativos para compreender melhor a própria vida.

Há uma relação estreita entre a geometria (Geometria Sagrada), a física quântica e o campo místico. O polímata Leonardo da Vinci foi um exímio desenvolvedor de desenhos sobre poliedros ou sólidos regulares, que ainda hoje são estudados em escolas herméticas.
Platão expôs os sólidos principais, que até hoje são ícones da geometria.

Qual a relação deles com a cruz?

A figura planificada do hexaedro ou cubo, é uma cruz formada por seis quadrados. O cubo e o número “6” (seis) representam o ser humano e a vida material. Jesus foi chamado de “filho do homem”, termo bíblico que designa a raça humana (esse termo aparece no livro bíblico de Mateus em várias passagens).

O “666” que aparece no livro bíblico de Apocalipse ou Revelação, tão decantado por muitos, significa a completa imersão na matéria e a negação da transcendência. A transcendência é a migração do ser humano de seu aspecto cruamente materialista para o campo Divino de modo ascensional, através da lapidação e do saneamento pessoal, necessários à elevação de seu coeficiente de amor, luz e discernimento.

A cruz é uma figura geométrica e um símbolo místico presente em inúmeras religiões e conhecida por muitos povos, inclusive séculos antes de ser incorporada ao credo cristão.

Na crucificação de Jesus Cristo havia uma insígnia inscrita, o I.N.R.I., que muitos relacionaram à frase em latim: “Iēsus Nazarēnus, Rēx Iūdaeōrum”, cuja tradução seria “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”. Mas, é interpretado nos ensinamentos profundos como “Ignis Natura Renovatur Integram”, ou seja, “A Natureza é renovada pelo fogo”.

Para os Rosacruzes essas iniciais representam os quatro elementos: Iam (água), Nour (fogo), Ruach (ar) e Iabeshah (terra). Simboliza a ressurreição ou da renovação espiritual. Quando o Uno se desdobra em Dois, surge o fogo que cria, destrói e volta a criar.

Lembremos que línguas de fogo apareceram sobre as cabeças dos apóstolos em Pentecostes. Esse episódio retratado no livro bíblico de Atos dos Apóstolos, se relaciona à capacitação dos adeptos através do poder de Deus.

Para a cabala, o número um representa o cosmos e o dois, o seu espelho na Terra. O um é o princípio masculino (sol, ativo) e o dois é o princípio feminino (lua, receptiva).

A sua união, gera e representa o número três, que é o “filho do homem”, encarnado como Jesus Cristo. A triplicidade ou a trindade estaria representada neles. Esses números estão dispostos na figura planificada do cubo, que é a cruz.

Como símbolo de meditação, visualizar a cruz com constância e disciplina, traz como resultado uma transformação gradual, onde nossas tendências inferiores vão sendo transcendidas e passamos a acessar cada vez mais o nosso Eu Superior, que é o núcleo de nossa consciência que está em conexão intrínseca com Deus ou a Inteligência Infinita.

Com esse exercício meditativo vamos diminuindo a influência dos planos densos da matéria e da materialidade na nossa vida, purificando e pondo em ascensão os desejos, ao tempo que vamos suavizando nossas imperfeições. E isso viabiliza nossa ascensão como um todo, proporcionando maior equilíbrio em geral (comportamento, sensações e entendimentos), o que traz paz, serenidade e clareza espiritual.

No símbolo da cruz encontramos os quatro quadrantes da Terra: Norte, Sul, Leste e Oeste, representando quatro Arcanjos que governam, purificam e protegem esses hemisférios.

Também podemos ver os quatro elementos primordiais Terra (instintos), Água (emoções), Ar (mente) e Fogo (espírito), e seu paralelo com os quatro corpos inferiores que são o corpo físico, etérico, astral e o plano mental concreto.

A cruz em movimento giratório nos traz a representação da mutação do universo.

E esse tema não se encerra aqui, há muito mais informações e conhecimento a respeito da cruz, seu significado místico e sua aplicabilidade no processo de ascensão da alma humana em sua evolução espiritual.

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