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O esvaziamento afetivo do amor, Eros dá sinal

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Falar de amor é uma tarefa muito complexa e desafiadora. Quando decidimos escrever sobre O ESVAZIAMENTO AFETIVO DO AMOR, por se tratar de assunto multidisciplinar e com fundamentação diferenciada, escolhemos produzir um texto com foco no conceito do AMOR EROS.

Na mitologia grega, Eros é deus do amor, da paixão e do erotismo. O amor Eros geralmente expressa a ideia de amor entre dois amantes (homem/mulher, homem/homem ou mulher/mulher) mergulhados em paixão e romantismo, que tem por base o sentido de desejo passional, sensual e/ou sexual.  O Cupido, na mitologia romana, é o deus que representa o Amor Verdadeiro e tem função similar e representativa ao deus Eros.

AMOR é mais que um simples querer bem, é um sentimento de carinho e demonstração de afeto que une duas pessoas, mas também pode se manifestar em forma de atração física, o que não implica, necessariamente, em empenho pessoal recíproco. Muitas vezes o amor atração tem por base o desejo sexual, embora também possa significar apenas prazer erótico.

O amor Eros é o mais parecido com a nossa construção moderna de amor romântico. Ele é caracterizado pela trilogia: desejo, paixão e romance.

Segundo Comte-Sponville “Eros nunca repousa. A incompletude é seu destino, pois a falta é sua definição”.

Sócrates nos faz refletir que “O amor é desejo, e o desejo é falta”. Sendo assim, “Só há desejo se a falta é percebida como tal, vivida como tal”.

Na psicanálise, Eros representa o desejo sexual e a paixão.

É comum sermos abordados com a pergunta: O amor erótico (EROS) se acaba?

O filósofo e professor Eduardo Stoodi explica: “…O amor Eros é o desejo por alguém que desaparece ou se transmuta quando é satisfeito”.

Assim, o amor erótico (Eros) pode ceder lugar ao amor Philia (Amizade), o qual envolve cada vez menos a estrutura desejante, suscitando maior profundidade dos núcleos da psique (self), gerando empatia, cumplicidade, admiração e afinidade.

O amor Philia está associado ao amor virtuoso e desapaixonado. É um amor entre irmãos ou amigos próximos, sinônimo de amizade e companheirismo, no qual não há a presença de Eros.

Os relatos mais comuns que ouvimos no atendimento psicanalítico se referem a instabilidade do desejo, do prazer e do afeto como base estável para manutenção do relacionamento à dois. Pelo exposto, dá-se a compreender que o vínculo afetivo exerce papel preponderante na saúde afetiva do relacionamento.

As relações e laços criados pela afetividade não são baseados apenas em sentimentos, mas também em atitudes. Isso significa que, em um relacionamento, existem várias atitudes que precisam ser cultivadas para que o relacionamento prospere.

Este vínculo está estritamente relacionado com a intimidade, com a partilha e com o desfrutar um do outro.

O distanciamento afetivo é um forte indicador de que existe uma crise no relacionamento.

Alguns casos de Esvaziamento Afetivo apresentam forte conexão com Embotamento Afetivo – definido como uma dificuldade de sentir e expressar emoções autênticas relacionadas a estímulos, pessoas e ambientes – geradores de emoções negativas. Em um contexto de maior gravidade, casos pontuais podem evoluir a um quadro de anestesia afetiva – quando uma pessoa apresenta total indiferença em relação a afetos e sentimentos, isto é, a total incapacidade de sentir e sobretudo não se deixar abalar por nenhum fato ou acontecimento, seja ele um estímulo agradável ou desagradável.

Listamos abaixo alguns indicadores de possível ESVAZIAMENTO DO RELACIONAMENTO AFETIVO na vida à dois:

Comunicação escassa e/ou discussões frequentes; 

• Possuir rotinas muito diferentes; 

• Possuir outras prioridades, mais importantes que a relação; 

• Pouco entusiasmo de fazer planos juntos/as; 

• Muitas coisas da outra pessoa te incomodam; 

• Falta de interesse de um pelo outro; 

• Ausência e/ou exiguidade de contato físico; 

• Perda de desejo sexual; 

• Imaginar um futuro longe do(a) parceiro(a);

• Desconfiança.

                 O QUE FAZER QUANDO O RELACIONAMENTO AFETIVO ESFRIA:

 

1. ANTES DE AGIR, PENSE – É muito importante refletir sobre o porquê da relação do casal ter chegado a tal ponto. Sendo assim, quais motivos levaram ao esvaziamento afetivo e consequente distanciamento emocional?

Lembrem-se, não existe “culpabilidade” única, todas as responsabilidades são de reciprocidade dual.

2. DEIXE CLARO O QUE VOCÊ DESEJA EM SEU RELACIONAMENTO

É importante que você deixe seu(sua) parceiro(a) a par de suas vontades e desejos. Assim, você torna o relacionamento mais prático e evita frustrações. Não prometa e nem concorde com algo que você não poderá cumprir. Chegar a um consenso entre os desejos e fantasias possíveis é muito importante para a harmonia do casal.

3. RESPEITE AS DIFERENÇAS ENTRE VOCÊ E SEU(SUA) PARCEIRO(A)

É natural que entre duas pessoas haja interesses e entendimentos divergentes. Sendo assim, seja flexível e encoraje, sempre que possível, “conversas com o coração aberto”. Ouça o que seu cônjuge tem a dizer, sem críticas. Com respeito e cordialidade, deixe claro seus próprios limites com relação aos seus pensamentos, ideias e interesses.

4. REFLITA SOBRE SEUS ERROS

Para solucionar um relacionamento em crise é indispensável que você reflita sobre todos os erros que pode ter cometido do decurso do relacionamento. O mais comum é imputarmos a responsabilidade para o(a) nosso(a) parceiro(a). É importante lembrar que ninguém é perfeito.

É necessário aprender a aceitar alguns desses defeitos, a perdoar pequenas (e até medianas) falhas do(a) parceiro(a).  Visualizar os bons momentos e acontecimentos da vida do casal poderá proporcionar um “upgrade” no relacionamento.

5. DÊ ESPAÇO PARA O OUTRO

Muitas vezes, um relacionamento em crise pode surgir porque os parceiros não têm o próprio espaço. Pode até ser porque vocês se acostumaram a fazer tudo juntos, sem alguns momentos de ações individuais.

Por isso, é interessante que nesses casos vocês se deem um pouco mais de espaço, para que vocês percebam o quanto sentem falta um do outro.

Se vocês já convivem na mesma casa, dividam as tarefas. Deixe que seu(sua) parceiro(a) se dê conta da importância da divisão de tarefas do casal. Você pode começar sugerindo algumas atividades mais simples até que ele(a) se acostume e perceba que precisa colaborar.

6. APRENDER A FALAR COM SERENIDADE E GENTILEZA, SEM BRIGAR

A atitude mais assertiva e mais eficaz é ter uma conversa “tête-à-tête” com seu cônjuge.

É importante que a comunicação entre o casal seja livre de censuras e provocações, para evitar brigas e discussões tóxicas. Para tanto, tente controlar sua raiva e mau-humor, procure se colocar na pele do outro.

Para manter esta harmonia é imprescindível ouvir o(a) parceiro(a) sem fazer interrupções em sua fala, assumindo uma atitude madura e respeitosa.

7. TENHA VIDA ALÉM DA RELAÇÃO

Durante o relacionamento, muitos casais acabam abdicando de suas vidas individuais para viver apenas em função do outro. Embora isso pareça muito interessante e gostoso, a princípio, após algum tempo isso poderá matar pouco a pouco a relação. Em vista disso, procure manter amizades fora do círculo do casal e sair com estes amigos sem o(a) seu(sua) parceiro(a). Se não houver confiança para isso (sic), não será um bom prognóstico.

É evidente que ao buscarem o lazer e o divertimento conjuntamente será uma excelente forma de conhecer outros aspectos do seu(sua) companheiro(a).

8. PENSE E AJA, MAS SOBRETUDO NÃO DESISTA

Por vezes acreditamos que apenas mentalizar algo que queremos vai fazer com que aquilo aconteça. Ao invés de apenas pensar, esperar e cobrar do seu(sua) parceiro(a) algo que ele(a) nem sabe que você quer, tome uma atitude.

Mesmo assim, essas mudanças, a princípio, podem não surtir efeito, não se assuste. Insista, persista e nunca desista.

9. AVALIE A POSSIBILIDADE DE BUSCAR AJUDA PROFISSIONAL 

Muitas vezes, os casais estão confusos e comprometidos emocionalmente e não sabemos como administrar e/ou reverter o Esvaziamento Afetivo. Uma boa sugestão é buscar um atendimento psicológico especializado, para mediar e direcionar, com assertividade e eficácia, as demandas que se apresentam e encontrar a solução menos sôfrega e mais adequada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Se não aprendermos a desenvolver nossa autoconsciência e buscar atender nossas necessidades emocionais fundamentais, expressando-a de forma assertiva, jamais teremos uma vida conjugal harmônica, feliz e prazerosa. Isso porque a dificuldade em expressar emoções, muitas vezes, é sintoma de um problema maior.

Gentileza, cordialidade e carinho são componentes indispensáveis e devem fazem parte do dia a dia de um relacionamento saudável.

A Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções.

Lembre-se: Não nascemos para sermos perfeitos, nascemos pare sermos felizes.

                                                                                                                          Revisão de texto: Nilma Lima

 

 

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10 COMENTÁRIOS

  1. Como sempre um belo artigo. Uma excelente aula. Difícil falar de Amor, até porque ele se modifica a medida que segue os níveis de amadurecimento. Comparo o Amor Eros a fase de infância, onde colocamos o Amor na necessidade de sermos amados, a fase do Ego Imaturo, pois só estamos fixados em nos mesmos em nossas carências .Já quando vamos amadurecendo espiritualmente já existe uma tentativa de cumplicidade no relacionamento, o Ego já se apresenta mais maduro, já pensamos não só em nos mais também incluímos o parceiro. Já na fase de maturidade Plena, o Ego já cedeu , então o ser vive simplesmente Amando a tudo e todos.Já não precisa se complementar pois descobrindo o amor dentro de si, acabam-se as carências que nos aprisionam, nessa fase é que se consegue entrar em sinergia com o todo. Esse Amor é o que os grandes Avatares vieram nos ensinar.Esse Amor é o alimento dos seres de luz. Só a quando a criatura consegue atingir essa maturidade espiritual é que entenderá o significado da mensagem de Jesus, o Cristo quando disse: Eu e o Pai somos UM.

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