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Facismo,um apêndice do Capitalismo

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Por:João Vicente Machado Sobrinho;

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A onda fascista que varre o mundo vem sendo tratada como um fenômeno novo, quando na verdade tanto o fascismo quanto o nazismo são variantes dissimuladas do capitalismo que não é mais criança.

O príncipe dos sociólogos e um dos maiores pensadores das três Américas, o mestre Florestan Fernandes, a propósito do Fascismo nos ensinava:

“O fascismo não perdeu, como realidade histórica, nem o seu significado político nem a sua influência ativa. Tendo-se em vista a evolução das “democracias ocidentais,” pode-se se dizer que Hitler e Mussolini, com seus regimes satélites foram derrotados no campo de batalha. O fascismo, porém, como ideologia e utopia, persistiu até hoje, tanto de modo difuso, quanto como uma força política organizada. Não só ainda existem regimes explicitamente fascistas em vários países; uma nova manifestação do fascismo tende a tomar corpo: através de traços e mesmo de tendencias mais ou menos abertas ou dissimuladas, a versão industrialista “forte” da democracia pluralista contém estruturas e dinamismos fascistas.” (1)

O surgimento de alguns fascistas a mais, mesmo que de aspecto “cavernícola” como Jair Bolsonaro no Brasil e Javier Milei na Argentina e Maria Corina Machado na Venezuela, não é nenhuma novidade pois a história dos cinco continentes é prenhe de figuras como eles. Ao longo dos anos, tanto no aspecto espacial como no aspecto temporal a história registra a passagem de vários fascistas de métodos aparentemente iguais.

Figuras muito conhecidas da história, tais como: Francisco Franco na Espanha, Oliveira Salazar em Portugal, Margareth Tachear na Inglaterra, Ronald Regan e Donald Trump nos Estados Unidos da América do Norte-USAN, Fulgêncio Baptista em Cuba, Pinochet no Chile, Alfredo Strossner no Paraguai, Alberto Fujimori no Peru, entre outros ditadores, todos eles foram agentes da variante capitalista do Fascismo.

Recentemente foi reeditado um livro sobre o tema, de autoria do escritor russo Evguiéne Pachukanis, prefaciado pelo eminente jurista e professor Alysson Leandro Mascaro, cuja leitura recomendamos O autor foi um grande jurista soviético, e membro do Partido Bolchevique, além de um proeminente teórico marxista no campo do direito russo. Mascaro, com a sua desenvoltura de escritor consagrado e palestrante emérito foi além nas suas considerações, que são merecedoras de apreciação.

 

Diz ele em um trecho do prefácio:

“Este livro reúne, pela primeira vez em língua portuguesa, os quatro importantes estudos da lavra pachukaniana sobre o fascismo e seus ambientes e problemas correlatos.Refletindo sobre o quadro político que vinha despontando nas primeiras décadas do século XX, Pachukanis identifica, esquadrinha e sistematiza as causas do fascismo, sua relação com o capitalismo e com as lutas e disputas no plano da economia, da política e das classes. Textos quentes pelo calor do momento e, simultaneamente, sólidos e perenes pelo vigor de seu pensamento.” (2)

Javier Milei, um fascistoide indisfarçável, foi eleito como presidente de um país rico como a Argentina, que tem tudo para ser autossuficiente em petróleo, em gás natural, em energia, em minérios ferrosos e não ferrosos em alumínio, uranio e zinco, além de ser um grande produtor de trigo, milho e produtos agropecuários.

A vitória de Milei, um grande equívoco portenho foi um avanço do fascismo e uma grande derrota política para a América Latina como um todo, pela importância política e econômica daquele país, tanto no aspecto político quanto no aspecto econômico e cultural.

O que nos tirou o sono, a rigor, não foi o aspecto caricato do cavernícola eleito, com seus gestos exagerados, olhos esbugalhados que se não exibi o feixe de varas usado por Mussolini, usava um motosserra ou de uma marreta.

O que continua assustando nele, é o conteúdo de um programa de governo de conteúdo entreguista que vem insistindo em implementar, de forma pacífica e sob o olhar complacente e cumplice da imprensa oficial.

Essa mesma imprensa que demoniza Nicolas Maduro por peitar os pressupostos do império dos USAN, fecha os olhos para os números da fome e da miséria que vêm crescendo na Argentina.

Recordemos as propostas de Milei no 1° turno das eleições presidenciais da Argentina:

“Não vim guiar cordeiros, vim despertar leões”, afirmou Milei quando seu partido venceu as eleições primárias, em agosto.

A retórica inflamada é uma das características marcantes do economista ultraliberal, que fez de suas propostas econômicas suas principais bandeiras de campanha. Duas delas, em especial, são as consideradas mais polêmicas:

. Milei propõe a “dolarização da economia”, que pretende levar à substituição da moeda nacional pelo dólar. O modelo já foi adotado por outros países da região, como o Equador.

. O presidente eleito também falou várias vezes que quer “dinamitar” o Banco Central, acabando com a instituição responsável pela política monetária da Argentina.

ECONOMIA:

• Eliminar gastos improdutivos e diminuir o tamanho do Estado.
• Cortar o gasto com aposentadorias e pensões, visando um “sistema de capitalização privado.”
• Privatizar empresas públicas deficitárias.
• Retirar “imediatamente” todas as restrições cambiárias, que limitam as compras de dólares pelos argentinos.
• Eliminar o Banco Central e promover a dolarização da economia.
• Promover uma reforma tributária que “elimine e diminua impostos para potencializar o desenvolvimento dos processos produtivos.”
• Concessões para a exploração de recursos naturais.
• Promover uma reforma trabalhista que elimine as indenizações, substituindo-as por um sistema de seguro desemprego, além de “promover a liberdade de filiação sindical” e “reduzir os impostos ao trabalhador.”
• Eliminar as retenções a exportações e direitos de importação.

SAÚDE, EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

• Implementar soluções tecnológicas, como telemedicina, receita eletrônica.
• Proteger as crianças desde sua concepção.
• Criar um sistema de vouchers de cheques educativos.
• Eliminar a obrigatoriedade da educação sexual integral em todos os níveis de ensino
• Investir na manutenção do sistema energético atual, mas também “promover novas fontes de energias renováveis e limpas (solar, eólica, hidrogênio verde).

SEGURANÇA:
. Implementar soluções tecnológicas, como telemedicina, receita eletrônica.
• Proteger as crianças desde sua concepção.
• Criar um sistema de vouchers de cheques educativos.
• Eliminar a obrigatoriedade da educação sexual integral em todos os níveis de ensino.
• Investir na manutenção do sistema. energético atual, mas também “promover novas fontes de energias renováveis e limpas (solar, eólica, hidrogênio verde. (3)

Apreciaremos apenas as duas propostas mais polêmicas, as quais foram apresentadas pelo candidato eleito, haja vista que as consequências delas decorrentes perpassam as demais propostas em todos os segmentos sociais e econômicos do país. A primeira das propostas com as quais ainda insiste diz respeito à ancoragem do dólar como moeda oficial.

Milei parece ter feito escola inclusive para a ortodoxia da economia brasileira que trabalha por um Banco Central independente.

Quanto a ideia de Milei de “dinamitar” o Banco Central argentino, é preciso que alguém chegue junto do cavernícola e dos seus fãs brasileiros e avise para eles que, até mesmo aqueles países que adotaram a moeda dos USAN, permaneceram com os seus bancos centrais em funcionamento. Até por que, os bancos centrais além de cuidarem da política monetária, têm a função de controlar a inflação, as causas geradoras do desemprego, além fiscalizar e ordenar as demais instituições bancárias.

Fechar o Banco Central e adotar o dólar como moeda é transformar a Argentina numa Honduras, que a preço de hoje é o vassalo mais cativo, e informalmente o 52° estado dos USAN. Honduras é ponto de ligação para as operações dos USAN na América Central.

Um outro detalhe é que, para dolarizar a economia é necessário ter a posse de uma quantidade significativa de dólares o que não é o caso Argentino nesse momento. Todavia, no bloco referente à economia está explicito nos itens 01,02,03,06, 07, e 08 onde Milei vai fazer caixa para conseguir o lastro em dólares.

Se os leitores, internautas e assinantes responderem que a subida atenção dispensada por Milei aos grupos financeiros transnacionais será custeada pelo povo argentino, terá acertado em cheio.

Pois bem, Milei assumiu, implementou parte do que queria e hoje a imprensa oficial olha para ele com um olhar indiferente até porque a obra dele interessa ao poder econômico.

É essa a prática do capitalismo liberal burguês que desembarcou de mala e cuia na argentina com a eleição desse cavernícola.

Tomara que o empoderamento das virgens de Lujan e Aparecida atendam aos seus crentes que deverão orar assim:

Dios proteja al Pueblo argentino e ao Pueblo brasileño!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências:
Florestan Fernandes – Notas sobre o fascismo na América Latina – O outro lado da notícia (outroladodanoticia.com.br); (1)
Fascismo – A Terra é Redonda (aterraeredonda.com.br) (2)
Javier Milei: quem é e quais são as propostas do presidente eleito da Argentina | Mundo | G1 (globo.com); (3)

Fotografias:
Blog Falando de História: 10 de agosto de 1995 – Adeus ao mestre Florestan Fernandes, o pai da sociologia brasileira (falando-historia.blogspot.com);
Hace 84 años Francisco Franco comenzó la Guerra Civil Española | Radio Perfil;
Evguiéni Pachukanis – Pesquisa Google;
(8) Curso: Introdução a Pachukanis | Aula 1: Marxismo – YouTube;
Quem é Javier Milei e quais são as propostas do novo presidente da Argentina – Money Times;
banco central argentina – Pesquisa Google;
A imagem da santa venerada pelos argentinos que pode ser de origem brasileira (terra.com.br);
Santos do Dia (ucdb.br);

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