Por: Ulisses Barbosa;
A história é a melhor parceira que podemos ter para compreender os últimos 45 anos no Brasil e no mundo. Por que 45 anos apenas? Simples, porque não foi a história dos livros, mas de uma vida de consciência política, social, econômica e claro, geopolítica. Estou me usando como exemplo já que aos 15 anos essa consciência bateu à minha porta e dela nunca mais me separei. Veio jornalismo e minha cosmovisão foi ampliada exponencialmente. Ou seja, quanto mais eu aprendia sobre “as coisas da terra, a água e o ar” mais eu queria aprender. A leitura e o conhecimento me deram essa rica oportunidade.
Feito o preâmbulo, vamos aos fatos e seus personagens. Quero começar nossa digressão apontando um personagem caricato da política, seja daqui, seja de alhures, o bravateiro. Todos nós conhecemos um bravateiro, seja na política ou até mesmo no nosso cotidiano. Em comum, a irresponsabilidade, a arrogância e uma recorrente ignorância funcional. O bravateiro não sustenta suas bravatas, “pode-se enganar alguém por algum tempo, mas não se pode enganar o tempo”. E aqui vou colocar dois exemplos clássicos do Brasil que caminham para o mesmo fim. Sim, vou fazer um passeio de leve pelo mundo, os bravateiros não são exclusividade nossa.
Vamos começar pelo fim, um deputado verborrágico, violento, racista, misógino é alçado à condição de presidente da República do Brasil. Seguramente o mandatário mais bravateiro de nossa complexa história. Jair Messias Bolsonaro. Foram 1460 dias de pura bravataria, que só agora começa dar lugar ao desespero e à covardia, este sim, sentimentos reais dos que se julgam intocáveis. A história se repetiu como farsa, a primeira vez, como tragédia, tinha um outro bravateiro, Fernando Collor. Que curiosamente está preso por corrupção, péra! Mas “elle” foi eleito para acabar com a corrupção e os privilégios. Sua bravata, “o caçador de marajás”, lembram? Collor foi o presidente mais jovem eleito e o mais breve da história pós-redemocratização (Tancredo Neves não conta), dois anos, até o impeachment em 1992. Hoje Collor está condenado e preso, confortavelmente, em sua mansão (prisão domiciliar).
Voltando ao bravateiro atual, cuja frase recente dá o título deste artigo. A frase foi citada ainda em 2021 quando foi julgado e condenado à inelegibilidade pelo TSE. Vejam que a bravataria ganha ares golpistas. Bolsonaro desafiou os poderes da República amparado por uma massa ignara que até hoje não entendeu a quadra terrível que vivemos, menos os 700 mil mortos da pandemia; “é so uma gripezinha”, “ pelo meu histórico de atleta, não sentiria nada…”, “e daí, não sou coveiro”. Mas a cada bravata, Bolsonaro se tornava coveiro do seu próprio governo. Mas é importante destacar, em um governo caótico, nada é tão ruim que não possa piorar
E piorou. O “mito” se revelou um viralata, ou seja, a bravata “deus, pátria e família” deu lugar a postura de um “lambe botas” do imperialismo (MAGA). E pior, lambe botas de outro bravateiro ignorante, Donald Trump. Trump comprou briga com o mundo e está perdendo fragorosamente. Mas aqui, aquela massa ignara que ainda apoia Bolsonaro resolveu se vestir com a bandeira americana pedindo sanções contra o Brasil. Idolatram um país controverso em suas próprias bravatas geopolíticas. A maior delas, a de que venceram a segunda guerra mundial, segundo Hollywood, mas que na verdade a guerra foi vencida pela Rússia (ex União Soviética) e pela China. 8 e 3 milhões de soldados, consecutivamente, morreram em combates cruciais (lembro Stalingrado), já os EUA menos de 500 mil mortos. Claro, todas vidas perdidas importam. E sim, Trump não está sozinho, outros presidentes também foram bravateiros perigosos para o mundo, incluindo os “queridinhos da américa” Bill Clinton e Barack Obama, notórios bravateiros da geopolítica.
Depois desse rolê pelo mundo, voltando a “vaca fria”, ou devo dizer “gado morto”? Enfim, o fato é que o bravateiro de ontem, “imorrível, imbrochavel e incomível” não aguentou um mês de prisão domiciliar e tornozeleira. Covarde, não encarou o tribunal que o está julgando com um verdadeiro arsenal de provas (de TODOS os tipos). E aqui lembro a altivez de Lula, quando, depois de 580 dias preso, ofereceram uma tornozeleira e até mesmo a fuga como opção. Lula não aceitou. Não foi bravateiro. Foi sujeito homem! Como dizemos aqui no nordeste de luta. Bolsonaro e Collor são exemplos de uma farsa que uma parcela do Brasil apoiou e ainda apoia. São resultados de um golpe continuado nesse Brasil. As “elites” não suportam o fato de ter um metalúrgico iletrado como o maior presidente da nossa história. Um homem que foi e é fundamental para a democracia brasileira. Lula não se curva e não se dobra para nenhum outro país.
E aqui finalizo com uma pergunta, qual seria a bravata do psicopata miliciano fascista genocida ladrão e condenado se tivesse vencido a eleição e transformado o Brasil em uma ditadura? Qual seria nossa bandeira ? O que seria do nosso povo e de nossas riquezas? No dia 7 de setembro vimos uma projeção assustadora que pode responder essas perguntas. Felizmente o Brasil não se curvou e não se calou pro bravateiro. Em breve, entre soluços, choros e muito mimimi iniciará sua carreira de presidiário, assim como Collor, e, sinceramente, torço para que o dois apodreçam na cadeia e que sirvam de exemplo para mostrar que aqui é BRASIL e aqui, fascista não se cria!
GRANDE DIA!