Por: Neves Couras;
Provocada a refletir nesta temática por um concurso literário, pensei muito para responder a essa pergunta. lembrei de Cora Coralina que nos impulsiona a nunca desistir de nossos sonhos, e abrindo realmente o coração para as coisas que me fazem felizes, não foi difícil. Ouvindo a voz de meu coração, percebi que a felicidade não é tão rara de ser encontrada.
Ontem, minha neta de 5 anos de fez um convite muito especial:
– Vó se eu te chamar para a gente caminhar na terra, tu vai?
Imediatamente respondi “Claro! Vou sim!”
Olhando para aqueles pesinhos tão frágeis, mas pisando com tanta segurança, pensei: como seria bom se pudéssemos viver assim. De pés no chão, por opção, apenas pelo prazer e pela liberdade de escolha.
Daí, desenrolou uma série de pensamentos em minha mente, que desencadearam tantas coisas que me fazem felizes todos os dias, e passam despercebidos. Optamos por olhar para as coisas difíceis que a vida nos apresenta e esquecemos o mais simples.
Lembrei que estar no meio das árvores e olhar para cima e ver um ponto de luz do sol que sem nenhuma cerimônia passa por entre as plantas para se fazer notar. É ensinamento de leveza e de poder. O poder quer não afronta, mas se mostra importante e necessário.
Estava com meu coração meio triste, por ter passado por uma situação desagradável, causada por pessoas que não respeitam meu jeito de ser, achando que o delas, que o trouxe sucesso e visibilidade, deve ser seguido por todos.
As coisas que me trazem alegria e felicidade são simples por um lado, mas difíceis de ser entendidas por outro.
O poder nunca me atraiu, apesar de ter ocupado muitos cargos que me ofereciam pela experiencia acumulada e, que eu dava o melhor de mim. Por onde passei procurei melhorar a vida dos que me deram a razão para que eu ocupasse os referidos cargos, o povo em vulnerabilidade social. E isso me bastava.
Se eu tivesse uma varinha mágica, a utilizaria para matar a fome do mundo, acabar com as guerras e ver todas as pessoas tendo onde morar com vida digna e cheia de paz. É sonho? Claro, mas o tenho.
Nunca usei meu “poder” efêmero e passageiro para humilhar, para me mostrar importante ou coisa parecida.
Viver a liberdade com serenidade é o mínimo que precisamos ter. Alegria é um estado da alma de ver no outro suas conquistas, é sonhar junto a ele para que um dia ele também consiga ser feliz ao modo dele.
Só viajei para o exterior uma vez, para participar de Congresso onde eu apresentei um trabalho. Foi maravilhoso, mas tenho um país tão lindo com gente tão especial para ser conhecida! Gente simples me faz feliz, na maioria das vezes são verdadeiras, não te dão valor pelo que você veste ou calça, tampouco pela marca do seu carro, pela riqueza de sua casa, mas pelo coração que você abre para acolher e amar.
Descobri que ser feliz é ver o povo na rua pedindo para ser respeitado, lutando livremente por seus direitos. Como é lindo tudo isso.
Gratidão pela família que Deus me deu, por todos que me amam e que amo, apenas por amar. Essa é a felicidade que hoje conheço.
Seja feliz, mas faça outros felizes. Se alguém sonha, o deixe sonhar. Porque essa é uma prerrogativa dele. Não seja aquele que procura derrubar o sonho de ninguém. Sonhemos juntos, por coisas simples, mas verdadeiras e éticas.
