Aprendizado

Por: Mirtzi Lima Ribeiro;

Eu me olhei no porta-retrato com uma foto em que eu tinha a idade e o corpo perfeitos, dentro do padrão que hoje se deifica e se persegue. É certo que o tempo e a idade mudarão para todos, sem exceção, a não ser que queiram morrer sem envelhecer. Eu prefiro viver, e, viver da melhor maneira que eu puder, de acordo com os critérios e conceitos de vida que eu acredito serem adequados, e ainda, em consonância com meu objetivo de vida.

Apesar de, nesta citada foto, eu estar em plena forma e na idade que muitos dizem ser o início da vida adulta, eu não tinha a maturidade, a capacidade, a inteireza que hoje possuo e que construí com todos os fatos, leituras, vivências, inferências, reflexões que empreendi nesse meu mais de meio século.

Nesta foto do meu passado, na minha juventude, eu já havia completado vinte e cinco anos de idade, já estava graduada e pós-graduada, já tinha um bom emprego fixo (dois empregos: um de caráter técnico executivo e outro como professora), e, era profissionalmente respeitada por muita gente. Apesar desse status profissional de início de carreira, eu ainda era imatura e inexperiente na vida afetiva ou romântica, porque havia exclusivamente convivido com o meu núcleo familiar mais próximo. Só conversava com meus irmãos (nem primos eu tinha contato) e com pessoas que faziam parte da religião materna (dos meus nove anos até meus vinte e dois anos de idade). Eu era,
então, uma pessoa sem experiência para qualquer tipo de relacionamento que não fosse o profissional. Hoje, com todas as cicatrizes que a vida me trouxe (foram muitas), e através das quais eu aprendi, cresci e evoluí como ser humano, assim como todas as venturas e travessuras leves que experimentei e todas as alegrias que senti, posso dizer que eu me entendo como uma pessoa plena. É assim que eu me sinto atualmente, em qualquer circunstância e apesar de qualquer coisa: plena em direção ao meu mais profundo ser!

 

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