A COP 30 em Belém do Pará

Por: João Vicente Machado Sobrinho;

No mês de novembro do corrente ano de 2025, será realizada na cidade de Belém do Pará a Conferência Mundial da ONU de número 30. O encontro reúne as maiores organizações climáticas e os mais qualificados especialistas mundiais sobre o tema, para apreciar em detalhes as tão decantadas Mudanças Climáticas que temos assistido e que vêm castigando com veemência o planeta terra.

As COPs são Conferencias anuais que acontecem em países diversos e tiveram por berço a cidade do Rio de Janeiro por ocasião da ECO-92. Aquele grandioso evento, aberto ao público, reuniu desde os mais renomados órgãos climáticos estatais do mundo, bem como a elite cultural estudiosa do clima do universo.

A ideia das COPs surgiu da necessidade de atualização e divulgação anual de todo trabalho de pesquisa catalogado em volumes sequenciais que são permanentemente atualizados e atualmente tem mais de 1000 páginas.


A 1ª COP foi realizada no ano de 1995 em Berlim na Alemanha e teve a participação de 193 países. Países como o Peru, a França e o Marrocos também já sediaram a COP e a ultima delas, a COP 29ª foi realizada em Baku no Azerbaijão, em novembro de 2024 com a presença de 198 países. A COP-30, como já sabemos acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, na cidade de Belém do Pará.

A intenção manifesta do presidente Lula em lutar para que a COP-30 viesse para o Brasil, é de oportunizar uma discussão sobre o bioma da Amazônia dentro da própria Amazônia. A opção feita pelo presidente, não significa dizer que com isso o Brasil estaria preterindo em importância os nossos demais biomas em número de 5, a saber: a Mata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado, o Pantanal e o Pampa.

“Nós vamos discutir a questão indígenas, vendo os indígenas. Nós vamos discutir a questão dos povos ribeirinhos, vendo os povos ribeirinhos e vendo como eles vivem”, sentenciou o presidente;”

Entendemos que o cerne da discussão durante todo decorrer da COP-30, irá passar obrigatoriamente por temas fundamentais para o Brasil e para o Mundo, tais como:

. Redução dos gases do efeito estufa que é uma das causas principais do aumento da temperatura do Planeta terra.
. Adaptação às mudanças climáticas que é a forma natural que os seres vivos têm de sobreviver à extinção de espécies.

. Preservação da cobertura vegetal dos diversos biomas e da biodiversidade como forma mais adequada de sequestro do carbono, para remover o gás carbônico-CO2 da atmosfera. Essa é a forma mais prática, mais adequada e mais barata e mais racional de evitar a erosão e o assoreamento: dos lagos, dos rios e das nascentes.
. Aprimoramento da tecnologia de geração de energia renovável e adoção de soluções tecnológicas de baixa emissão de carbono.

. Justiça ambiental independente e respeitada, além de uma mitigação justa dos impactos sociais causados pelas mudanças climáticas.

. Financiamento para as ações de prevenção e correção dos rumos da sustentabilidade. Quando falamos em sustentabilidade estamos falando de temperaturas dentro dos limites suportáveis; estamos falando de geleiras em estado sólido e sem derretimento; estamos falando de consistência permanente da neve das grandes altitudes; estamos falando em evitar o aumento dos níveis dos mares e da imersão de cidades costeiras; estamos falando enfim de um paradeiro na 6ª extinção de espécies já em curso.

A mão humana, inquestionavelmente é, direta ou indiretamente a grande e maior responsável pelos impactos ambientais que ocorrem no planeta. Os países do hemisfério norte são os maiores poluidores e paradoxalmente são aqueles que mais resistem tanto à preservação do meio ambiente, quanto a contribuição financeira para custear as ações climáticas, sejam elas preventivas ou corretivas.

O acordo de Paris é um tratado internacional firmado pelo Brasil e demais países presentes, na Conferência das Nações sobre Mudanças Climáticas Unidas, realizada no ano de 2015 na capital da França. Naquela ocasião houve o compromisso firmado para além de limitar e manter o aquecimento global em 1,5°C em relação ao período pré-industrial, o que até agora não foi cumprido. Além disso foi definido um limite mínimo para o financiamento das ações climáticas nos países emergentes, o qual, infelizmente foi cumprido em parte.

Durante a COP-29 no Azerbaijão, foi avaliada a necessidade global para atendimento pleno as ações climáticas, em US$ 5 trilhões de dólares. Para facilitar o desembolso, foi também estimado um desembolso mensal conjunto de U$ 100 milhões ao ano, que mesmo assim encontrou resistência e não foi cumprido pelos países ricos, os quais são os grandes poluidores do hemisfério norte, à frente os Estados Unidos da América do Norte-USAN.

O mais burlesco em toda essa história verdadeira é que a única assinatura aposta pelos USAN em quaisquer acordos climáticos, foi no protocolo de Kyoto, firmado por 84 países no ano de 1997, o qual abandonou em 2001, antes mesmo que entrasse em vigor em 2005. No acordo de Paris simplesmente se retirou sem assinar o documento final. A justificativa dos USAN para ambas as atitudes, além de uma revelação velada de culpa, foi também de um cinismo desmedido ao alegar que:

“o cumprimento das metas propostas nos protocolos climáticos iria comprometer o desenvolvimento econômico do país.”


A reação de alheamento e de indiferença por parte dos USAN, não deve desalentar, nem tão pouco de desestimular à nossa luta em defesa da sustentabilidade. Observemos que o protocolo de Kyoto foi assinado por 84 países, enquanto a COP-29 obteve a assinatura de 198 países num crescimento de 235,71%.

Todo esse relato que fizemos tem o condão de advertir e convocar para o evento da COP-30 em Belém do Pará: o congresso nacional, os governadores de estado, as assembleias legislativas, os parlamentos estaduais, as câmaras de vereadores, as universidades públicas e privadas, o MST, os movimentos pela moradia, o movimento estudantil, o movimento sindical, os religiosos de boa fé e o povo em geral para se fazerem representar, indiferentemente de cor partidária, pois a luta pela sobrevivência na terra é de todos.

Essa é a oportunidade que os moradores e cada cidadão têm de defender o seu chão e de pressionar os representantes de cada país tanto pelo paradeiro da destruição, quanto pela liberação de recursos para custear a sustentabilidade.


Vamos à Luta enquanto há tempo!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências:
COP 30 no Brasil — Planalto;
Da primeira COP até a COP30 no Brasil: como chegamos até aqui? | CNN Brasil;
Quantos tratados de clima os Estados Unidos assinaram? -Pesquisa Google;

Fotografias:
https://palcobelem.com.br/noticia/curupira;
Biomas Brasileiros: Diversidade e Vida – CBH-BT;
Efeito estufa: o que é, causas, consequências – Escola Kids;
Os grandes poluidores planeta terra – Pesquisa Google;
Grande plenária da COP29 – Pesquisa Google;

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