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O Proselitismo Fantasioso do Sistema Financeiro

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Por: João Vicente Machado Sobrinho;

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O novo velho capitalismo liberal é difundido como um dogma de fé pelos economistas ortodoxos, verdadeiros intelectuais orgânicos desse modelo de acumulação econômica, além de arautos do ultraneoliberalismo. Esse modelo econômico excludente que  é praticado pelos agentes econômicos da Faria Lima a nível de Brasil e pela banca internacional a nível mundial, tem um discurso pronto e vive sempre a pregar estado mínimo; a exigir do estado nacional, mais e mais espaços e privilégios; a reclamar de mais garantias jurídicas para o transito livre dos seus negócios, onde o lucro e a usura de interesse dos grupos econômicos e financeiros é o que importa.

Há alguns dias vimos um vídeo interessante e muito pedagógico, exibido pelo canal ICL notícias, tratando de economia, numa das palestras de Eduardo Moreira sobre o lucro dos bancos.

Eduardo Moreira trata com muita intimidade o tema econômico já que ele foi desse ramo. Engenheiro civil graduado pela PUC-Rio de Janeiro ele é também pós graduado pela Universidade da Califórnia em San Diego. Como um ex-banqueiro de investimentos e um profundo conhecedor do métier, ele desmascara por completo as artimanhas do sistema financeiro, e na sua fala, expõe as suas entranhas  e os seus malefícios.
ICL Notícias -Os Verdadeiros Vilões. Jornalismo Independente (iclnoticias.com.br);

A fala de Eduardo Moreira nos fez refletir sobre o insuportável mantra diário repercutido diariamente pela mídia oficial, cujo conteúdo consiste num proselitismo fantasioso e demagógico ininteligível, usado pelos fariseus das finanças. Mostra um balaio de indicadores financeiros, verbalizado em economês indecifrável por nós, os mortais comuns.
São temas como: arcabouço fiscal, lei de responsabilidade fiscal, taxa de juros, taxa de câmbio, spread bancário, cotações cambiais, teto de gastos, controle de contas públicas, PEC 95, CDI, LCI, IOF, liquidez, e o escambau. Um verdadeiro palavrório  financeiro que nos faz lembrar uma lenda:

“Os Patos de Rui Barbosa:

Reza a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:

– Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, diz: Doutô, eu levo os pato ou deixo?

As pessoas simples do povo que escutam todo esse blá, blá, blá de difícil entendimento, haverão de ter uma reação parecida com aquela que teve o ladrão dos patos de Ruy Barbosa, lenda retro narrada anteriormente em que ao final surge a pergunta: “Dotô eu levo ou deixo os pato?”

Examinemos a palavra trabalho no seu  latu sensu, inclusive à luz das ciências  físicas, e Iremos encontrar definições mais ou menos assim:

Trabalho é algo que pode ser definido como a aplicação da força física e/ou intelectual por parte dos seres humanos, de modo a transformar a natureza para satisfazer as suas necessidades.

Por outro lado, se usarmos pura e simplesmente a equação física, o trabalho teria a seguinte  definição:
T= F x D onde:
T=trabalho
F= força
D= deslocamento.
Assim o trabalho é igual à força multiplicada pelo deslocamento.

Ora, “O trabalho da banca internacional” não se enquadra em nenhuma das definições anteriores. Haja vista que as instituições financeiras não existem para trabalhar em prol das necessidades humanas. Elas existem sim, para multiplicar o capital sem quaisquer esforço e pudor, em busca da  maior lucratividade possível.

No exercício do seu mister, o sistema financeiro faz uso de todo seu enorme poder de pressão para emparedar os poderes de estado nas suas três instancias executivas: nacional, estadual e municipal.

Não se iludam, o poder de mando da Av. Faria Lima é muito maior do que o poder do congresso nacional, do que o poder dos prefeitos municipais, do que o poder dos governadores de estado, do que poder do ministério da fazenda e até mesmo do que o poder do próprio presidente da república. A banca  impõe de forma fleumática e insensível, uma política econômica totalmente excludente, voltada para o benefício exclusivo da classe dominante, indiferentemente ao  alarmante cenário de  desemprego, de fome e de miséria.

Vejam no iconográfico que se segue, uma amostra da situação crítica do tecido social deste país, durante o decorrer dos  anos de 2021/2022. Essa não é uma situação contemporânea pois, vem se arrastando de há muito e, em tempos de ultraneoliberalismo se agrava e se aprofunda ainda mais  a cada ano:

A parte azul  do círculo anterior, mostra que apenas 41,3% dos domicílios estava em segurança alimentar plena. A parte laranja mostra que 28% dos domicílios estava em insegurança alimentar leve. A parte vermelha mostra que 28% dos domicílios estavam em insegurança alimentar moderada. Por fim, a parte roxa mostra que 15,5% dos domicílios estavam em insegurança alimentar grave, ou seja, literalmente passando fome.

 

A insegurança alimentar pode ser de caráter leve quando há a falta de uma das refeições diárias; pode ser de caráter moderada quando faltam duas refeições diárias e pode ser de caráter grave quando faltam as três refeições diárias.

Os números de 2021/2022 se constituem num retrato fiel do governo Bolsonaro que é considerado pelos seus beatos como uma figura mitológica, num evidente sintoma de dissonância cognitiva e da síndrome de Estocolmo.

Basta olhar para a execução orçamentária do ano de 2022 para enxergar o assalto orçamentário que a banca internacional pratica todos os anos no Brasil, mesmo que para isso tenha que  passar  por cima de todas as necessidades e à custa da fome e da miséria do povo. Os números do orçamento da União deixam bem claro que o grande problema das contas públicas não somente no Brasil, mas em todo mundo capitalista tem nome: o sistema financeiro. Basta olhar para a Pizza iconográfica na sua parte amarela  para perceber  o estrago provocado na assistência social, na saúde e na educação.

 

Vejamos em seguida  a “situação de penúria” dos bancos que segundo os próprios  sopradores de microfones oficiais e oficiosos, tem sido a grande preocupação do mercado, essa figura abstrata, destituída de quaisquer  sensibilidade social.
Atentem para a manchete do: infomoney.com.br/Mercados.

Bancões lucram R$ 26,3 bilhões no 1T24, alta anual de 12,4%; veja quem se saiu melhor.

Veja o desempenho dos bancos no primeiro trimestre de 2024:
Bancos X Lucro líquido ajustado Variação (1TRI24/1TRI23) Variação (1TRI24/1TRI23) ROE
Itaú Unibanco (ITUB4)
R$ 9,771 bilhões 15,8% 2,8% 21,9%
Santander (SANB11)
R$ 3,021 bilhões 41,2% 8,3% 14,1%
Bradesco (BBDC4)
R$ 4,211 bilhões -1,6% 1,2% 10,2%
Banco do Brasil (BBAS3)
R$ 9,300 bilhões 8,8% 10,2% 21%
Total R$ 26,303 bilhões 12,4% 4,8%
Fonte: Bancos

“Os quatro grandes bancos de varejo no Brasil registraram um lucro líquido recorrente de R$ 26,3 bilhões no primeiro trimestre do ano, um crescimento de 12,4% na comparação com igual período do ano passado. Na maior parte dos casos, as instituições mostraram avanço nas concessões e uma melhora na qualidade da carteira de crédito.
Um dos principais destaques foi o Itaú Unibanco (ITUB4), que registrou um crescimento de 15,8% no lucro e a maior rentabilidade desse grupo de bancos, com um ROE (retorno sobre o patrimônio) de 21,9%.
Já o Santander (SANB11) foi a instituição que apresentou o maior crescimento do lucro – alta anual de 41,2% – e com perspectiva de melhora da rentabilidade. Isso foi suficiente para o Bradesco BBI elevar a recomendação do banco de “underperform” para “outperform”, ou de venda para equivalente à compra.
Já o outro destaque do setor no trimestre foi o Banco do Brasil (BBAS3), que foi a instituição que mais acelerou o crédito, com um crescimento de 10% em março na comparação com igual período do ano passado.” (1)

Atentem para  o lucro liquido de apenas 4 bancos brasileiros em apenas um trimestre, ou seja 3 meses, no montante de  R$ 26,3 bilhões.
Muita gente olha para um número como esse e não tem noção de sua  grandeza. Por isso temos de recorrer mais uma vez ao comparativo do orçamento anual dos dez maiores municípios brasileiros:

“As 20 cidades com as maiores receitas do país
• São Paulo (SP) – R$ 72,8 bi.
• Rio de Janeiro (RJ) – R$ 32,6 bi.
• Belo Horizonte (MG) – R$ 13,6 bi.
• Curitiba (PR) – R$ 9,4 bi.
• Fortaleza (CE) – R$ 8,5 bi.
• Porto Alegre (RS) – R$ 7,8 bi.
• Salvador (BA) – R$ 7,6 bi.
• Manaus (AM) – R$ 6,6 bi.
• Goiânia. (GO) – R$ 6,2 bi
• Recife (PE) – R$ 5,9 bi “(1)

Alguém pode estar olhando para os valores orçamentários de São Paulo, R$ 72 bilhões e o do Rio de Janeiro R$ 32 bilhões querendo compará-los ao lucro dos bancos. Talvez esquecidos de que os valores anuais destinados aos municípios,  abrangem toda despesa do município durante um ano. Destinam-se ao atendimento de 12.300.00 habitantes em São Paulo, mais 6.748.000 habitantes do Rio de Janeiro, ou seja: 19.048.000 habitantes no total.

Enquanto isso a dentada de  R$ 26,3 bilhões num trimestre, equivale a um total anual de R$ 105,2 bilhões no ano, valor 5 vezes maior  e que enche os cofres de apenas 4 banqueiros.

Precisa mostrar mais alguma coisa?

Se nos voltarmos para pedir providências aos nossos mandatários das altas casas legislativas, ou seja, a câmara federal e o senado da república, iremos encontrar a maioria deles, debruçados sobre a proposta orçamentaria para o ano de 2025, cozinhando em fogo baixo. A peça foi encaminhada no mês de agosto e aqueles que deveriam ser os mandatários do povo, propuseram sob chantagem, emendas totalmente divorciadas do interesse público e de aplicação questionável.

A quem então recorrer senão aos maiores prejudicados com tudo isso que é o sofrido povo que, ou acorda para mudar efetivamente o rumo dessa prática perversa e exclusiva, ou pagará um preço muito alto por toda essa extorsão daquilo que nos pertence.

Portanto quando você ouvir as trombetas dos  arautos do liberalismo tocarem avisando  que aumentou o risco Brasil; que o dólar vai se valorizar  mais;  que as ações da  bolsa de valores subir; que tem que cortar gastos públicos; que a inflação vai aumentar no ano de 2025 etc… dê de ombros, encha bem os seus pulmões e pode gritar bem alto: exagero! chantagem! mentira!

 

 

 

 

 

 

Referências:
Pizza da execução orçamentaria de 2022 Arcabouço Fiscal Não – Pesquisa Google;
ICL Notícias – Os Verdadeiros Vilões. Jornalismo Independente (iclnoticias.com.br);
Bancões lucram R$ 26,3 bilhões no 1T24, alta anual de 12,4%; veja quem se saiu melhor (infomoney.com.br); (1)
Os patos de Rui Barbosa Diz a lenda que… Ruy Barbosa – Pensador;
O orçamento das dez maiores capitais do brasil – Pesquisa Google;

Fotografias:
Mais de 33 milhões de pessoas passam fome todo dia no Brasil, demonstra pesquisa | Jornalistas Livres;
Arcabouço Fiscal é ataque contra os servidores e a população: Sindserv Santos;
A República foi proclamada, e agora – ppt carregar (slideplayer.com.br);
A Águia de Haia e o ladrão de patos – ppt carregar

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