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A Rebelde Capitania do Ceará

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Por: Cristina Couto;

A Capitania do Siará foi estabelecida em 1534, tornando-se parte do Estado do Grão-Pará (atual Pará) e Maranhão em 1621. Em 1656 foi integrada ao Estado do Brasil, ficando assim, subalterna à Capitania de Pernambuco, finalmente no dia 17 de janeiro de 1799, alcançou o status de capitania independente e de primeira ordem, embora, ainda subordinada judicialmente, primeiro à relação da Bahia e, depois à de Pernambuco até 1821. Sua expansão se deu rapidamente no século XVII. A pecuária contribuiu consideravelmente para a concretização da sua colonização, interiorizando a ocupação do território. No século XVIII a criação de gado expandiu-se em toda capitania, quando foi levada para Pernambuco, Bahia e Minas Gerais pelo caminho do sertão. Além do mercado interno, a pecuária cearense vendia couro e carne para o exterior; outros produtos foram também comercializados por essas estradas: madeiras nobres, sal, algodão e cera de carnaúba; produtos de grande importância para a economia da capitania.

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Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil iniciou o Período Joanino e resultou em uma série de transformações no Brasil. Em 1808, o português Luiz Barba Alardo de Menezes, assumiu o governo da capitania do Ceará, permanecendo até 1811, quando foi transferido para administrar a Capitania do Rio Grande. Frente ao governo do Ceará recebeu ordens reais para informar com parecer sobre a situação da capitania, pois, o rei intencionava criar novas vilas e uma nova comarca. Ao chegar à capitania ordenou o levantamento de uma planta hidrográfica da enseada do Siará, feita pelo capitão de fragata Francisco Antônio Marques que lhe serviu de orientação demográfica do lugar, e, posteriormente, para as informações reais. (APEC).

No seu memorial ele dar conhecimento da extensão de terra, dos rios, economia, quantidade de vilas, freguesias e população, e da dificuldade de administração da Justiça em razão das distâncias e incômodos nos despachos dos negócios, sendo quase impossível que o ouvidor conseguisse fazer as devidas correções em decorrência da grande extensão territorial, e do número de habitantes que havia na capitania; causando prejuízos incalculáveis tanta à população quanto a Fazenda Real, e para facilitar a vida do povo e amenizar os prejuízos, em vinte de maio de 1816, Dom João, assina a Carta Régia criando outra Comarca denominada de Crato do Ceará, servindo de Cabeça a Vila Real do Crato, compreendendo no seu distrito as vilas de São João do Príncipe (Tauá), Campo Maior de Quixeramobim, Icó, Santo Antônio do Jardim e São Vicente das Lavras, que por a dita Carta Régia elevara a qualidade de vila. Ficando as demais vilas a pertencer a Comarca do Ceará- grande e servindo de Cabeça a Vila da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.

A capitania do Ceará foi palco das lutas entre os revolucionários e os contrarrevolucionários. O administrador do Ceará, Manuel Inácio de Sampaio, foi um dos principais aliados do conde dos Arcos, administrador da Bahia, no combate à expansão da revolução no Nordeste. A Revolução de 1817, apesar de abortada, foi à semente de dois grandes movimentos separatistas: a Independência do Brasil, em 1822, e a Confederação do Equador, em 1824 , que floresceu em Pernambuco e se expandiu pelo nordeste, incluindo o Ceará, Paraíba e o Rio Grande do Norte. No Ceará destaca-se a participação de Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, liberal radical, que veio a tornar-se chefe do governo cearense.

Depois de Pernambuco, o Ceará foi o estado onde a adesão ao movimento revolucionário foi mais ativa e intensa, vários focos insurretos eclodiram em terras cearenses: a Câmara da Vila do Campo Maior de Quixeramobim declarou decaída a dinastia dos Bragança; e o Padre Gonçalo Inácio de Loiola, mais tarde, Padre Mororó, espalhou pelas Ribeiras do Icó, São Bernardo das Russas e Aracati o movimento revolucionário. José Pereira Figueiras e Tristão Gonçalves comandaram a adesão do Crato. Após choques com o governo provisório controlado por Dom Pedro I, no dia 24 de agosto de 1824, foi estabelecida a República do Ceará, tendo Tristão Alencar como presidente do Conselho que governaria a província.

Os embates foram intensos, espalharam-se sertões adentro, a reação do Imperador foi cruel e a repressão imediata, eliminando de forma previsivelmente sangrenta o movimento de 1824, executando e assassinando seus principais lideres num ato de ingratidão aqueles que deram suas vidas e suas economias pela Causa da Independência do Brasil.

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