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Pequenas Gentilezas

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Por: Antonio Couras;

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Hoje vou me valer do título do poema de Danusha Laméris para falar um pouco de um sentimento que muito tem me faltado nesses últimos tempos: a esperança. Ao contrário do que possa parecer pela minha afirmativa, ainda acredito na humanidade e na sua capacidade de sermos gentis uns com os outros. Contudo, as pequenezas da vida, as vezes nos fazem pensar que não há mais esperança para nós.

São pequenos desgostos cotidianos que nos vão apagando essa centelha tão própria do ser humano. São currículos que são rejeitados, alguém que corta o galho florido que enchia sua janela de flores e pássaros, é seu corpo que parece que não vai aguentar mais um baque da vida… a esperança, assim como o fogo precisa ser alimentada, precisa de ar. Por vezes, contudo, nos falta o que é necessário para mantê-la viva.

Mas sei que é fundamental que o façamos. Sem a esperança, não acreditamos quando recebemos um “eu te amo”, ou uma proposta de emprego, nem sequer buscamos ajuda para os males que nos afligem. Sem a esperança em nós e no mundo, paramos de ver a beleza mesmo que ela esteja na nossa frente.

Os currículos rejeitados talvez te levem a uma melhor oportunidade, o galho cortado agora te permite ver o céu, e ainda que seu corpo fraqueje, ele mostra o que precisa e te força a buscar o melhor. Infindáveis são as pesquisas científicas que dizem que quem tem fé, esperança, amigos, enfim, aquilo que nos faz levantar da cama e continuar a nossa caminhada, consegue ir mais longe e viver melhor.

Me lembro de uma frase da artista plástica Marilu Beer que sempre ressoa em meus ouvidos: “meu desejo se acostumou a desejar”. Acredito que continuarmos desejando e acreditando na possibilidade da realização dos nossos sonhos seja, ao menos em parte, a receita para alimentarmos a chama da esperança que vive em nós. E como diria Odorico Paraguaçu: “Vamos botar de lado os entretanto e partir logo pros finalmente.” Deixo com vocês o poema de Danusha Laméris que empresta seu título a esse artigo.

Estava pensando como, quando você anda
Em uma fileira lotada, as pessoas encolhem suas pernas
Para deixar você passar. Ou estranhos ainda dizem “saúde!”
Quando alguém espirra, uma herança
Da peste bubônica. “Não morra”, é o que estamos dizendo

E as vezes, quando você derruba limões
Da sua sacola de compras, alguém vai
Te ajudar
A pegá-los. Na maioria das vezes, nós não queremos machucar
Uns aos outros

Nós queremos que nos seja servida nossa xícara de café quente,
E dizer obrigado à pessoa nos servindo.
Sorrir
Para ela e que ela sorria de volta. Que a garçonete
Nos chame de querido quando ela nos servir nosso prato de sopa,
E que o motorista na caminhonete vermelha
Nos deixe passar.

Nós temos tão pouco uns dos outros, agora. Tão longe
Da tribo e do fogo. Só esses breves
Momentos de troca.
E se eles forem as verdadeiras moradas do
Sagrado, esses
Templos fugidios que nós fazemos juntos quando
Dizemos, “aqui,
Fique com meu assento,” “Vá em frente – você primeiro,” “Eu gostei
Do seu chapéu”

Que nunca percamos a capacidade de vermos o sagrado no humano, e de nos lembramos que a esperança em nós e naqueles que nos rodeiam é o caminho para a felicidade.

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