Impressões de quando todas as sustentações da crença restam apenas qual matéria de memória, repetição de rituais. Hora em que o teto das possibilidades atingirá as fronteiras nunca vistas entre o desespero e a sanidade. Bem nesse cume de everests insondáveis, onde as expectativas humanas viram trapo, quando a sede fere os rebanhos e o mato esturrica nas caatingas exaustas, nessa hora, o extremo oposto da visão dos desencantos parece tomar conta do mundo em volta. A quem buscar, então, pedir, implorar?
Horas definitivas de provação significam isso. A gente sustentar que tem fé, que os santos nos amparam e auxiliam, mas de uma hora a outra fechará o tempo e todo arranjo em nada se desfará. Esconder aonde a ausência de sentido que da vida resultou perante as teorias todas que desapareceram feito nuvens ao vento? São os limites do inesperado, extremos do possível. Havia um planejamento de uso, que não produziu apenas os frutos indesejados de vazio. Daí a solidão, a exaustão das capacidades antes imortais.
Contam que os santos viveram tais horas e entregaram de vez o que sobrara das vaidades num único instante e para sempre, nas fogueiras, nas masmorras, nos circos. De que adiantaria resistir sem mais com que contar?! Vidas em movimento geram essas situações insustentáveis de resistência.
Entretanto há de revelar em si a sofrência e suas respostas que a consagram no rol da misericórdia divina. Face a face com o destino, ninguém será tão sozinho nas calandras do mistério. O nível máximo da convicção estabelecerá, pois, o triunfo do espírito sobre a matéria. Isto no dia em que virá a prova de fogo da certeza. Ali naquele momento sagrado quem viver verá a luz que acende e revela o íntimo da dor e a paz da Libertação.