Vivemos o tempo da desconfiança na atividade pública, onde a ignomínia tem sido recorrente em nosso meio, a medida do ter tem avançado despudoramente sobre o ser e levado em algum momento ao desalento. Observando atentamente o avanço de forças reacionárias brasileiras com um discurso de defesa da família e do Estado, e do Imperialismo norte-americano no sentido de voltarem a controlar os destinos do país. A cruzada moralista de que: “ninguém presta na política”, essa negação tem gerado o candidato do NADA. A indignação aumenta o que reforça a necessidade de resistir, o FOUCAULT nos ensinou que o que pôs fim ao suplício foi o fato do povo ter começado a ficar do lado dos supliciados e contra os carrascos.
Não sejamos inocentes a neutralidade nas ações que inexistem, a autonomia entre o direito e justiça é relativa e de uma subjetividade que aflora em determinadas situações onde as interpretações estarão sempre vulneráveis a outros interesses num espaço de autonomia a sua lógica, a de mercado pautados pela grande mídia, alimentados pelo sistema financeiro que a tudo coopta.
Hoje percebe-se claramente que a crônica anunciada, onde uma parcela do judiciário escancara a parcialidade existente desde o princípio, praticando a política suja numa ação ”jurídica”, o que comprometeu seriamente a imagem do judiciário.
Aumentando a necessidade de sobrevivência e resgate da verdade num ativismo político cada vez mais necessário, onde a sociedade como um todo precisa reagir através dos movimentos sociais (Culturais, sindicais, políticos) nesse contraponto.
Hoje o judiciário por fatos isolados e que comprometem sobremaneira o poder como um todo estão nus diante dos fatos. Essa nudez expõe a fragilidade da nossa democracia, deixando mais vulneráveis os poderes da República e a sociedade rompendo o Estado de Direito, onde qualquer um que se insurja contra o “mercado”, arcará com o peso do regime não democrático e fascista que se instalou no país, através dos vários segmentos existentes em nossa sociedade. Não devemos nos iludirmos, mudou o governo, mas a luta continua e a construção de uma democracia plena acontece quando superamos o imaginário autoritário que ainda se encontra em nosso meio e bem ativo.
Assim sendo, ainda nos restam a esperança que se alimenta do sal da terra e a luz do mundo. Como bem falou Dom HELDER:
“Para além, muito além dos egoísmos individuais, dos egoísmos de classes, dos egoísmos nacionais, é preciso abraçar, sorrir, trabalhar.”
De fato, a democracia brasileira foi e continua sendo aviltada, cabendo um esforço altruísta das forças de esquerda que de forma pragmática precisa estabelecer esse rumo ao restabelecimento da vontade popular, preservando a identidade das forças políticas existentes com princípios e compromissos bem delineados. Queremos um Brasil de todos, mais inclusivo e a sem tutela de forças conservadoras que tem diluído o Estado brasileiro e transformado em colônia do mercado internacional quebrando a nossa soberania.
“Construir a democracia é superar o imaginário autoritário.” Que sociedade queremos para os nossos filhos? REFLITAMOS…