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A disputa pela prefeitura de João Pessoa em 2024 está se delineando de maneira intrigante, onde novos elementos parecem superar os tradicionais nesse cenário político em evolução. Neste contexto, uma série de observações emergem, delineando os contornos dessa eleição, que, a preço de hoje, parece singular.
Há uma mistura peculiar de elementos novos e tradicionais. A dinâmica política está evoluindo, trazendo à tona diferentes atores e fatores que moldarão o resultado final. O atual prefeito, Cícero Lucena, que busca a reeleição, emerge como um candidato forte. Sua posição de atual prefeito, de posse da máquina pública, lhe confere visibilidade e recursos para enfrentar a corrida eleitoral, tornando-o um forte concorrente para, no mínimo, figurar em um provável segundo turno.
A aliança entre o atual governador, João Azevedo, e o prefeito Cícero Lucena pode ser vista como uma combinação natural, dadas suas posições políticas e partidárias anteriores.
Entretanto, é improvável que essa aliança consiga envolver toda a base governista, evidenciando possíveis rachaduras internas. Há um vice no meio do caminho.
No campo conservador, a direita e extrema direita enfrentam a perspectiva de unir ou dividir forças. Pré-candidatos como Nilvan, Marcelo Queiroga e Sérgio Queiroz competem pelo mesmo espaço, apresentando desafios de coesão ideológica e apoio partidário. O espólio de Bolsonaro é mais discursivo que programático e, portanto, deve ser disputado na retórica agressiva contra os direitos sociais, o que nenhum deles parece habilitado a fazer sem sérios constrangimentos.
No centro político liberal, Ruy Carneiro surge como um concorrente sólido, apesar de possuir poucas alianças formadas.
Seu longo trabalho de construção de base política lhe confere força, destacando-se como um competidor relevante. A centro-esquerda ainda não possui um candidato definido, o que abre espaço para divisões internas. Parte do espectro poderia apoiar a candidatura de Cícero Lucena, enquanto outra parte poderia buscar uma candidatura própria, enfraquecendo sua coesão.
O PSOL se apresenta como a representação da esquerda, trazendo consigo sua força característica: a militância espontânea e o compromisso com a igualdade social. Sua candidatura busca imprimir uma identidade política clara e combativa, mas lhe falta máquina eleitoral para operar.
No entanto, a grande dificuldade enfrentada por todos os espectros políticos, exceto a esquerda, reside na formulação de um programa político realista, com propostas exequíveis e coerência política. A análise do passado recente revela desafios em explicar decisões e posições, colocando em xeque a credibilidade dos candidatos. Não se pode descartar totalmente uma forte polarização política em âmbito nacional que venha a interferir fortemente nas disputas municipais, mas isto seria uma novidade nunca antes vista em grande intensidade.
Em resumo, a disputa eleitoral pela prefeitura de João Pessoa em 2024 promete ser marcada por singularidades, alianças complexas e desafios ideológicos. À medida que os candidatos buscam conquistar o apoio do eleitorado, a capacidade de apresentar propostas claras, viáveis e coerentes se tornará um fator crucial para determinar quem irá liderar a cidade nos próximos anos.
