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A Primavera de nossa vida

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Assim como as estações do ano, nós humanos também vivenciamos, as estações da vida. De forma diferente. Talvez por romantismo que alguns continuam cultivando em seu existir, observam a mudança do tempo, acredito que a vida precisa ser vivenciada em sua plenitude.

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Dissabores, problemas, doenças, dificuldades financeiras, tudo passa, realmente, passa! Há tempo para tudo. Acredito que nascemos com missões predeterminadas desde o nosso planejamento reencarnatório. É claro que falo como espiritista que acredita que a vida continua mesmo com a morte do corpo físico. Continuamos nosso aprendizado quando retornamos para o outro lado dessa vida. Após o balanço de nossas ações, podemos passar por processo de reaprendizado e, se tivermos a oportunidade de voltamos à Terra, ou mesmo a outros orbes, podemos dar continuidade a nossas missões não concluídas ou mesmo voltar para reparar os débitos contraídos.

Como nasci no interior, e acredito que em quase todas cidadezinhas acontece a mesma coisa, por todo mundo se conhecer, e como a famosa bodega ou mercearia tem de tudo, as famílias tem uma cadernetinha onde são anotadas as compras feitas e, ao final do mês, quando recebemos nosso pequeno salário, vamos lá, pagamos nossos débitos e no mês seguinte, começa tudo novamente.

Nossa vida é assim. Ao nascermos trazemos já uma “cadernetinha” que não manuseamos como a outra da mercearia, mas ela existe na mesa do “contador”, nossa consciência. Por acréscimo da misericórdia de Deus, nascemos sob o véu do esquecimento, pois provavelmente não suportaríamos tomar conhecimento dos débitos que foram anotados na cadernetinha de nossas vidas.

Vamos vivendo. Desde pequenos já vamos dando sinais de nossa personalidade, que na maioria das vezes, precisa ser lapidada, para que alguns males que trazemos sejam, como dizem os mais antigos, “cortados pelas raízes” desde pequenos. Alguns pais conseguem, outros não. Assim, seguimos desenvolvendo nossa personalidade e, de acordo com ela, vamos pendendo para o lado do amor ou o lado não do mal, mas do desconhecimento. Falo isso, considerando que se soubéssemos o que o lado da ignorância/falta de conhecimento pode nos acrescentar a nossa cadernetinha, certamente tenderíamos para o lado do amor.

Vou pedir licença aos leitores para contar, ao meu modo, uma das histórias contadas pelo nosso Irmão “X” – Espirito (Humberto de Campos) pela psicografia de Chico Xavier.

A narrativa aconteceu nos arredores do Templo em Jerusalém, quando o uma linda mulher encontra um certo Nazareno de olhos fascinantes e lúcidos, seus cabelos eram delicados e melancólico seu sorriso.

Aquela linda mulher, arrebatada pela beleza daquele homem, que irradiava uma enorme simpatia “corrigiu as dobras da túnica muito alva, colocou no olhar indizível expressão de doçura e, deixando perceber, nos meneios de corpo frágil, a visível paixão que a possuíra de súbito, abeirou-se do desconhecido e falou, ciciante:

– Jovem, as flores de Séforis encheram-me a ânfora do coração com deliciosos perfumes. Tenho felicidade ao teu dispor, em minha loja de essências finas…”

Falou ainda da sua casa cercada de rosas, à sombra de arvores acolhedoras e começou a falar da grande quantidade de peregrinos que a procurava para aliviar-se do cansaço, falou de sua beleza e das caricias que poderia proporcionar-lhe, do conforto de seu quarto, da beleza dos tapetes de sua casa, dos músicos que tocariam e das dançarinas experientes na arte de encartar. Depois de uma leve pausa, o nazareno em silencio, ela pergunta: – por que não me respondes? Pela chama de teus olhos diferentes assim procedo por amar-te. Ela fala ainda de sua carência de afeição, e o chama: – atende!

Após toda aquela vibração que ele dava entender não ter compreendido, responde: “-Agora não. Depois, no entanto, quem sabe!? Aquela mulher que não costumava ser rejeitada, sentindo desprezada saiu dali com sarcasmo”.

Dois anos se passam, quando Jesus levava alguns paralíticos para o Tanque de Betesda, venerável anciã pediu-lhe socorro para uma pessoa infeliz, que estava passando por muito sofrimento. Neste instante, o Mestre a seguiu sem demora. Num lugar muito sujo e denegrido, estava um corpo coberto de chagas que gemia angustiadamente.

Ao vê-la, Jesus reconhece a mercadora de aromas que oferecia caricias, conforto e encanto aos viajantes.

Ele continuava o mesmo Nazareno, belo, que tempos atrás ela tentou seduzir. Jesus se aproxima dela, estende os braços, envolvido de ternura e amor diz – “Vem a mim, tu que sofres! Na Casa de Meu pai, nunca se extingue a esperança. Ela quis recuar tomada de assombro, mas não conseguiu mover mais nem os próprios dedos, vencida de dor.

O Mestre, transbordando compaixão, aconchegou-a em seus braços. Ela apesar de toda dor reconhece o Nazareno – “Tu? O Messias Nazareno? O profeta que cura, reanima e alivia!? Que vieste fazer, junto de mulher tão miserável quanto eu? “

Ele com toda sua benevolência, sorriu e apenas disse: – Agora venho satisfazer teus apelos. E a fez recordar as palavras do primeiro encontro: – “Descubro em teus olhos diferente chama e assim procedo por amar-te”.

Estamos na estação da primavera. A estação das flores, dos amores, das dádivas da Mãe Natureza, que sob o comando do Nazareno, nos oferece todas as oportunidades de escolhermos viver a estação que quisermos.

Saibamos aproveitar todas estações de nossas vidas, tirando dos ensinamentos da Mãe Natureza a melhor forma de juntos com todos os seres que foram criados, assim como nós, para servir, amparar-nos mutuamente, e que vivendo bem a primavera aproveitemos as flores da vida, nos preparando para as estações vindouras de semeadura e colheitas. Viver a vida respeitando-se, pois, sabendo que tudo que plantamos colheremos. Que plantemos amor em sua máxima estação, porque só assim teremos a certeza do bom fruto que teremos no outono de nossas existências.

Livro consultado:
• Contos e Apólogos – Espirito irmão X, psicografia de Francisco Candido Xavier. 4ª. Edição 1980. Rio de Janeiro. Editora FEB. Narrativa “No Caminho do Amor” pag. 81.

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