Nesse final de semana passado, tivemos um Encontro de parte de Nossa família, no Alto Sertão da Paraíba. Foi um momento de extrema felicidade para todos aqueles que compreendem que a família além de ser uma instituição necessária ao nosso aprendizado como seres em evolução, é também um momento de reencontro com as nossas raízes.
Para mim, particularmente, é um momento de grande prazer. É pena que só acontece uma vez ao ano. Evidentemente, passamos dois anos sem esse acontecimento, por ocasião da pandemia. No entanto, ao nos encontrarmos, esquecemos que havia se passado dois anos em nossas vidas, e com as bênçãos do Pai, estávamos quase todos ali para celebrar a vida. Como na volta para casa dos que se vão para uma guerra, tivemos a felicidade de não perdermos ninguém, em função do COVID, mas tivemos a partida de uma tia, que se foi por outros motivos. Acredito, que os Amigos estavam precisando de uma grande mulher, que tinha por característica a mansuetude e o dom de fazer os melhores doces da região. Sem dúvida, ela está ensinando suas receitas lá do outro lado, onde a vida é mais suave e sem dúvida, mais feliz.
Bom, mas fazendo essa pequena introdução, para falar de algumas observações que tive a oportunidade de fazer que dizem respeito à velhice e ao nosso corpo.
Peço desculpas a algumas pessoas, que pude observar – apenas com o olhar de quem se aprofunda , sem seu consentimento, mas como quem procura uma agulha em um palheiro, e também por não conseguir deixar de lado, mesmo naquele evento, o olhar da pesquisadora e também de escritora. Mesmo sem um “caderno de campo”, voltei cheia e anotações para comentar aqui com meu pequeno, mas seleto público nessa coluna.
Tenho falado de nosso corpo, como a nossa morada, nos dada pela Divindade, e da necessidade que temos de cuidar dele, ao mesmo tempo que precisamos olhar para nosso interior, assim, como o interior de nossa casa por ser um dos lugares mais sagrados que possuímos.
É evidente que, num evento como este, podemos observar muita coisa, muita forma de enfrentar a vida, retratada na forma que cuidamos ou não de nossa bela morada. Não estou me referindo aos corpos belos que ainda envolvidos pelos adornos da juventude, atraentes e, ao mesmo tempo, atraídos.
Gostaria de chamar a atenção para os corpos que já passaram pela juventude, e que, para algumas pessoas, perderam o poder de serem atraentes e belos. Para muitos dos que ali estavam, esqueceram a beleza externa que já tiveram, e que, mesmo sem os atrativos da juventude, podem ser ainda belos e atraentes. Se acreditarmos que nossa beleza está dentro de nós, é esta beleza interior que extravasa, que é capaz de adornar, mesmo no corpo aparentemente sem beleza, toda alegria e encantamento. É essa beleza, que muitos nos dizem: “você não envelhece”. Sim, não queremos envelhecer, então, procuremos cultivar dentro de nós, os mesmos atrativos da juventude.
A alegria em encontrar uma vestimenta que nos deixe mais feliz, o prazer de irmos ao salão de beleza e ao maquilador. Todo esse conjunto de vontades de parecer melhor, existe internamente, e só quando está “guardado”, pode ser retirado e exposto. Nos tornamos elegantes, felizes. A vida se torna, como por encanto, uma noite de “gala”.
A sociedade nos fez pensar que só é belo quem ostenta um belo rosto, belas pernas e corpo escultural, como falavam os poetas de outrora. Ora, o que faz um rosto ou um corpo transbordar beleza? Alguns homens e mulheres descobriram o eterno segredo da juventude. Não, não se trata de nenhum medicamento ou as cirurgias plásticas, que em sua grande maioria deixa seu usuário, mais velho e mais infeliz, quando descobre que a beleza que tentou adquirir em uma mesa de cirurgia, não os (as) fez mais belo, ou mesmo trouxe de volta a sua beleza.
Não sou contra a quem se aventura nesta tentativa. Cada um faz e busca aquilo que lhe faz bem. Continua-se, entretanto, a incessante busca pelo corpo escultural, quando na verdade, não é aí, ao meu ver, que se encontra a beleza.
É muito comum, ouvirmos dizer: “Que segredo você guarda que não envelhece?” Eu poderia dizer aqui, algumas coisas que escuto: – tenho uma vida tranquila, tenho um bom marido, tenho filhos adoráveis, tenho… tenho… tenho…; mas a verdadeira resposta que se escuta, seja por não compreender ainda o “segredo”, seja porque, não sabe que o tem. O Segredo, nada mais é que o amor pela sua vida, por você. Não espere que alguém te traga felicidade, paz, serenidade. Você é! Ou não.
Voltando aos valores que a sociedade nos impõe, e agora, me refiro especificamente à mulher, nos foi dito desde nossas avós, que precisamos de um companheiro que nos faça feliz, e que também, só com ele, poderemos ser plenas em nossa vida social. Outra mentira imposta pelo machismo, que também cobrará de você, até mesmo quando temos um casamento que teve fim, seja pela viuvez ou pela descoberta que àquele que você outrora escolhera, não foi bem o que você pensou, e teve a coragem e a força de sair desse casamento.
O que quero discutir são necessárias questões como essa. Não são nossos corpos, nem tampouco a existência de um companheiro, que te fará feliz e radiante. Toda essa beleza e felicidade, precisa existir dentro de você, para que seja externada.
Se não descobrirmos esse segredo, nosso corpo adoece, nossa vida se torna cinza, não vemos nem transmitimos beleza.
Aprenda a ser feliz, como você é, não importa o que digam seus filhos, seus familiares. Se eles não compreenderem essa alquimia da beleza interior, ou que você pode está nas festas, nas solenidades apenas com sua companhia e com sua força interior, não brigue não tente explicar. Apenas, seja você. Ao tirar uma foto, traga lá de dentro seu amor próprio, sua beleza interior.
Busque encontrar esse amor aí guardado e, certamente, você será a mais bela, mais feliz. E quando assim formos, o amor do outro vem para te transbordar, não para te fazer. Sejamos felizes! Tente reviver o que te fez feliz, o que te trouxe beleza. Ao encontrar, assim como fazemos com uma plantinha, regue, adube, embeleze. Essa, será você. Não esqueça. É nosso interior que fala de nós. Não o externo, este apenas, é mostrado para quem julga e te enquadra. Não permita que te “enquadrem”. Seja como musa ou como a bruxa dos contos de fada. Pois até mesmo as bruxas verdadeiras, tem lá seus segredos.
Quero encerrar nosso artigo, com essa contribuição de um Benfeitor Espiritual, que escreve, mas não diz o nome. Mesmo assim, agradecemos a Ele todas as Suas contribuições, que me elevam enquanto espírito e enquanto pessoa.
“A vida se torna mais bela na medida em que desenvolvemos a beleza dentro de nós.
Assim fazendo e sentindo, nada haverá que nos magoe ou infelicite, porque estaremos vendo em tudo e em todos o reflexo da beleza que trazemos em nosso coração.
Ao enxergarmos a vida com os olhos da alma, conseguimos ultrapassar as barreiras do desamor, da intolerância e do egoísmo que nos separam da real felicidade: a paz de espírito e a consciência tranquila.
Afinal, nada é tão feio ou tão belo que não mereça uma pincelada de amor e compreensão. O amor jamais deixará de ser um infalível passaporte para a felicidade.
Nos concentremos na certeza de que só depende de nós, vermos a beleza que há na vida. E agradeçamos a Deus por isso, acima de tudo
Assim, teremos dias carregados de bons sentimentos, resultantes de um dia vivido no amor fraternal e incondicional”.
Um abração!