Ele chega hoje!

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Estamos em festa. Há muito tempo, convencionou-se que hoje comemoraríamos a chegada D ´Ele. O Filho de Deus que veio nos ensinar pessoalmente o que ainda não havíamos aprendido com as Leis e os Profetas.

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Nasceu em Belém, apenas a 10, 5 km de Jerusalém lugar tido como do orgulho de uma raça e sede do poder de Roma. Em Jerusalém por ocasião do recenseamento imposto por Augusto, a cidade estava cheia e não havia um lugar para que seus pais ficassem, por isso, José, guiado pelos Anjos, procurou outro lugar onde houvesse calmaria e segurança para que viesse ao mundo o Rei de todos os Reis.

Foi numa estrebaria onde se agasalhavam animas e dormiam os pastores com seus rebanhos.

Ele já chegava justamente no lugar onde começaria sua missão: ou seja, pastorear as ovelhas de Israel e o povo sofrido de todos os lugares. Precisou nascer entre os animais e os pastores que não lhe ofereciam perigo, pois sua missão de pregar o Amor iniciara naquele lugar. Não nasceria ali um Rei das coisas o mundo, mas um Rei que veio para nos ensinar, além do amor, o respeito, a caridade, a gratidão e a generosidade.

O aniversariante do dia não veio buscar presentes, nem tão pouco mesa farta, nem um lugar iluminado. Como o Grande Rei, não encontrou um lugar para nascer onde morava seus país, pois fazia parte de sua trajetória, não ter lugar nesse mundo, para aquele Rei, que ao invés de ser transportado numa carruagem de ouro, puxada por belos cavalos e rodeado de soldados para que ninguém se aproximasse dele, seu meio de transporte foi o mais simples, assim como hoje ainda o é: um jumentinho. Seus pais, apesar da simplicidade, eram ricos dos melhores sentimentos que algum humano nesta terra possa vir a ter.

Sua Mãe? Ah! Esta era tão pura, tão bela e tão preparada, que soube acompanhar seu filho em todo seu martírio, até devolvê-lo aos céus, assim, como deveriam ser todas as mães. Nascera hoje, o Maior de todos os Homens, que não escreveu nenhuma letra, não deixou nada escrito, mas sua história e seus ensinamentos são válidos ainda hoje, assim como seus ensinamentos, de tão simples, não foram adotados pela maioria dos homens.

Sei que hoje, muitos dos irmãos desse aniversariante, estão correndo desesperadamente para findarem as compras dos presentes que serão entregues durante ou após os grandes banquetes nas belas casas, tudo em comemoração ao seu nascimento, mas nada disso ele exige para comparecer aos lares e abençoar as famílias.

Pelo que aprendi com seus ensinamentos, não é bem em lugares de opulência e riqueza que Ele gostaria de ser visto. Para Ele, certamente, o lugar por onde passará, serão os hospitais, as UTIs, onde muitos estarão chamando por ele, com seus corações em desespero: Ele estará visitando as ruas onde estão os sem teto, sem banquetes, sem roupas novas, onde não haverá ninguém distribuindo presentes, estará onde a seu rebanho mais precisa.

Com estas minhas palavras, não estou as grandes comemorações. Acho que todos podem ter uma mesa farta, muitos amigos, muita alegria e felicidade. Mas não devemos nos esquecer que não é o Bom Velhinho vestido de vermelho, com barbas brancas e um saco cheio de presentes, que estamos comemorando sua chegada.

O que devemos comemorar, é a chegada é de um pequeno menino que veio dividir a História da humanidade em duas: uma antes e outra depois D´Ele. Precisamos lembrar no momento de iniciar nossa grande festa, que precisamos agradecer a seu Pai, o dom da vida. Precisamos orar neste momento pela Paz, não só em nossas famílias, mas pela Paz do mundo. Pedir a Jesus, que, assim como foi dito por todos os Profetas que, antes de sua chegada, que anunciavam a vinda de um rei, que este Rei nos ensine a ter paz interior, que é preciso perdoar aos que não nos compreendem, aos que nos detestam, aos que não pensam nos seus irmãos como filhos do Pai.

Vamos aproveitar esta noite, para dedicarmos alguns minutinhos antes de sairmos de nossos aposentos para a grande festa que nos espera, para lembramos desse menininho que de tão sábio, passou apenas três anos nos ensinando que o amor é o melhor de todos os remédios, que nossa cura, seja da alma, seja do corpo, poderá ser conseguida se muito nos amarmos.

Vamos dedicar um pouquinho de nosso tempo, para pedir pelos que estão nas ruas, sem ter o que comer, o que vestir, não têm remédio para curar suas dores, que nesta noite, também não terão uma mesa farta como a minha e a sua.

Já que é Natal, nascimento do Filho de Deus, vamos pensar um pouquinho, assim como fez Santo Agostinho que perguntava a Deus todas as noites: “Senhor o que fiz hoje? Será que fiz mal a alguém?”. Se faz necessário pensar no que estou fazendo para diminuir as diferenças neste mundo. Qual está sendo minha contribuição, não só para aumentar meu patrimônio, mas para diminuir a pobreza de alguém.

É muito fácil criticar o outro, mas será que nessa noite, não seria possível pensarmos um pouquinho na dor do outro; pensar que o outro está desempregado, não porque ele não quer arrumar um emprego, mas porque ele não teve as mesmas oportunidades que eu tive de estudar, e mesmo com dificuldades, eu cheguei onde cheguei, mas que não cheguei sozinho. Será que você, nesta noite, lembra de quantos te estiraram e as mãos e te levantaram? E que o aniversariante dessa noite espera que você estenda a mão a alguém, como forma de gratidão pelas oportunidades que você teve e outros não?

Sabemos que estamos vivendo momentos difíceis em nossas vidas. Uns mais que outros. É evidente também, que outros não passam por dificuldade nenhuma. Mas resolvi trazer essa reflexão, neste dia, porque achei importante falar do Homem realmente mais importante que já passou, em corpo e nascido como todos nós, por este planeta, e que seus ensinamentos ainda não foram absorvidos, compreendidos e aplicados por nós.

Assim, gostaria de trazer esse versículo da Bíblia, que o Apóstolo Mateus trouxe em seu Livro no Capítulo 19;

“Deixai as crianças e não as impeçais de virem até mim, pois delas é o Reino dos Céus” (Mateus 19:14)
Sabemos que as crianças, são a demonstração mais pura que podemos utilizar nessa analogia. Por isso também, peço a todos nossos leitores, que neste Natal e a partir do próximo ano, a partir de amanhã, vamos pensar em nossas crianças.

Sabemos que tanto pelos Códigos de Leis Humanas e Divinas, é na família que tudo se inicia. A família pede socorro. O Brasil só terá um futuro melhor, se seus filhos forem tratados com mais humanidade, com menos preconceitos, com diminuição das desigualdades sociais.

Todas as Doutrinas Filosóficas vêm nos dizendo que a Terra, como um Planeta de Provas Expiações, está se transformando em um Planeta de Regeneração. Para que a Terra se torne um lugar de regeneração do ponto de vista Espiritual, se faz necessário que o homem mude. Que nos tornemos mais humanos, mais caridosos, e que em nossos corações, carreguemos mais amor que ódio. Contudo, sabemos também, que estão chegando à Terra muitas crianças que virão diferentes. Não do ponto de vista da aparência de seus corpos, mas do ponto de vista Moral.

Assim, procuremos cuidar mais de nossas crianças, das que estão chegando, mas também, de cada criança que ainda podemos nos tornar. Podemos ainda, e teremos tempo, para nos tornamos seres humanos melhores. Puros como as crianças, será bem difícil, mas que façamos um esforço para sermos melhores um pouquinho a cada dia.

Finalmente, desejo a todos, que nesta data que comemoramos o nascimento de Cristo Jesus, possamos estar felizes, com saúde, e nos dando como presentes, a determinação de a partir de amanhã, sermos pessoas melhores, mais justas, mais humanas, não para nós, mas para o mundo. Encerro essa reflexão, com esta frase de Jean Paul Sartre:

“Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com o que fizeram com você”

Feliz Natal, voltado para os ensinamentos do Cristo, não para o saquinho de presentes do “Bom Velhinho de barba branca que ri: Ho! Ho! Ho!