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Afonso Banhos – O filósofo Lavrense

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O prazer de ler, pensar e filosofar potencializou o homem Afonso Banhos e o colocou no mais alto patamar da intelectualidade cearense do seu tempo. Ler melhora nosso pensamento, alimenta nossa alma e nutre nosso intelecto. Filosofar é pensar, é também fazer uma leitura do mundo. Foi assim que Afonso Banhos equacionou seus artigos e seus escritos, em uma obra preciosa e, acima de tudo, filósofica. Obra, hoje atualizada e ampliada em um livro, escrito pelo nosso conterrâneo, intelectual e, acima de tudo, amigo, Dimas Macedo, que com muita maestria expressou e registrou os escritos do filósofo lavrense Afonso Banhos.

No livro – Afonso Banhos: Ensaios de Filosofia (Fortaleza: LCR, 2013) – , Dimas nos propõe, não só analisar os fundamentos lógicos do conhecimento, mas fazer a reconstrução da filosofia da qual Afonso Banhos mergulhou. A história e sua análise de significação colecionaram inúmeros argumentos que nos trazem a sua verdadeira clareza, e nos fazem ver que o material histórico não possui a inercia estabilidade, mas a plasticidade fluida dos impulsos do espírito que, graças à sua sensibilidade, pode chegar a uma análise de significação, com o objetivo de alcançar uma visão global do histórico, de um espetáculo de momentos, e não apenas de fatos. A história cronológica é apenas uma sucessão de acontecimentos datados, desordenados e arranjados que para o filósofo da cultura nada mais interessa a não ser os instantes promovidos pela significação de dado momento ou de dada cultura.

Como um bom filósofo, Afonso Banhos debruçou seus pensamentos e reflexões sobre a morfologia da história brasileira, e com a astúcia de uma águia e a sabedoria de uma coruja, observou que a falta de ligação entre os fatos, e o otimismo aparente dos acontecimentos causaram incertezas nos fenômenos sócio-históricos brasileiros.
Notas muito pertinentes para o mundo acadêmico dos nossos dias, pois estamos passando a história do Brasil a limpo.

Conhecer os escritos de Afonso Banhos é mergulhar no poço da filosofia de onde se bebe do saber dos mais conceituados filósofos da era moderna, como Kant e Hegel, estes foram os primeiros filósofos por ele consultado. A máquina produtiva que foi esse filósofo lavrense lhe rendeu o protagonismo e o destaque na cena cultural de Fortaleza, frequentador que foi Afonso Banhos das rodas literárias, dos cafés e dos points de grande efervescência.

Afonso foi um dos criadores da secção cearense do Instituto Brasileiro de Filosofia, onde integrou a primeira diretoria como secretário-geral. Deu tanta ênfase no que fez que o próprio Nietzsche poderia muito bem defini-lo: “se a tudo o que fazemos o fazemos com ênfase, todo dia será o eterno retorno de um prazer.”

Pensar e filosofar para Afonso Banhos era um prazer; descobrir lavrenses e revela-los tem sido a missão de Dimas Macedo, e o que tornam esses dois homens especiais são o estado de ser do filósofo e a sagacidade do poeta, ou seja: assim como Afonso Banhos nos presenteou com seus fragmentos filosóficos, o nosso querido Dimas Macedo teve o cuidado e a competência de organizar e o compromisso de publicar os seus escritos, descortinando nas suas páginas nesse livro o talento de um homem há muito esquecido.

Ler é uma forma de pensar. E pensar é uma forma de ver o mundo. Foi lendo, pensando e filosofando que se deu o encontro poético-filosófico de Dimas Macedo com Afonso Banhos. Dois gigantes lavrenses que elevam o nome de nossa terra aos mais altos níveis do conhecimento e da intelectualidade cearense.

 

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