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Linhares Filho: do Rio Salgado ao Rio Tejo

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Sob o signo do elemento água e à margem esquerda do Rio Salgado, nasceu o nosso poeta Linhares Filho. A água doce do rio batizou o menino, banhou o corpo do adolescente, fertilizou a sensibilidade do poeta, ampliou os limites do amor e da inspiração na maturidade do professor. A correnteza do rio sempre acompanhou os passos e as lembranças daquele que um dia seria O PRÍNCIPE DOS POETAS CEARENSES.

Gigante nas letras, grande na poesia, superior na erudição e excelente na declamação. Linhares encontrou alento naquelas águas e nelas mergulhou, trazendo à tona a memória da infância e as lembranças da juventude. O rio sempre correu e fertilizou sua terra natal e foi fonte de inspiração do nosso poeta.

Herdou do pai o poder da cura, da mãe a veia artística e do tio-avô a oratória. Se o pai curava os males do corpo, Linhares cura os males da alma; a mãe pintava e encantava com pincel, tinta e tela, enquanto Linhares descreve e desnuda os sentimentos mais profundos da alma humana com caneta, tinta e papel. Seu tio-avô era orador de púlpito, o sobrinho-neto orador de tribuna. Linhares carrega a hereditariedade da mais alta intelectualidade cearense e da mais refinada linhagem lavrense. Gentil e educado, é assim na vida e na poesia.

Sua vasta obra nos encanta e nos faz perceber o além: as entrelinhas. Remete-nos à terra natal com uma textura de amor e de paixão por aquela cidade que nos serviu de berço. A bordo e na popa do grande navio da sua história, declara seu amor e encanto pela mulher amada com todo o erotismo que o ser amado requer; exprime a falta da mãe, cuja separação, imposta pela morte, vem carregada de saudade. Muitas lembranças ficaram nos recantos da sua memória como o ranger dos velhos armadores que embalavam as mais doces recordações daquela que dormia o sono da sesta diária. Num impulso, nosso poeta desperta do sonho, e se vê no corredor da antiga casa em que viveu a mais tenra infância.

Já homem feito, deixa as águas do Salgado e vai navegar nas águas do Tejo, lá viu de um outro poeta uma “outra coisa” e, sentindo saudade da terra amada e na tentativa de retorno ao rio de sua infância, acaba caindo nas águas do Paraíba do Sul, deparando-se desta feita com Drummond, e viu neste  A se ver em terras fluminenses, ressuscita o morto vivo Machado de Assis para dizer-nos o quanto ele ainda é ouvido, lido e amado no mundo literário do seu país.

Sei que de rio em rio e de mar em mar, nosso poeta encontra inspiração para as mais belas poesias, um verdadeiro canto de amor à vida e a Lavras. Ninguém amou tanto nossa terra quanto nosso eterno Zelito.

Na genialidade de homem e poeta, Linhares nos mostra equilíbrio, humildade e serenidade para lidar com o grande monstro literário, no qual se transformou.

Junto ao Tejo, ao Paraíba do Sul ou ao Salgado, Linhares Filho é hoje a maior expressão da intelectualidade lavrense e uma das maiores do Ceará.

Salve Linhares Filho! Presidente de Honra da Academia Lavrense de Letras.

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