Por João Vicente Machado
Um novo ano sempre é objeto de dúvidas quanto ao seu desenrolar e os prognósticos dos possíveis acontecimentos são muito pródigos e diversos, no sentido de desvendar os mistérios que 2021 nos reserva.
Por curiosidade todos os meios são válidos para decifrar o desconhecido. As pessoas esperançosas se valem dos profetas, dos cartomantes, quiromantes ou tarólogos, para obter respostas para as suas incertezas e eles já devem estar à postos.
Não somos exceções à regra em termos de curiosidade e iguais à grande maioria dos humanos sabemos fazer parte de uma mesma viagem no trem da vida e, de termos como todos, às nossas necessidades a satisfazer.
Projetar acontecimentos ou fatos futuros só é possível através do concurso da ciência, ou de palpites isolados embora em maior ou menor grau, todos eles se baseiem, conscientemente ou não, em estatística, ou no jogo das probabilidades.
O jogo de dadinhos que todos conhecem, por exemplo, tem por base o jogo das probabilidades. Ora, um dado tem seis faces com numerais diferentes e no primeiro lançamento a probabilidade de acerto é de 1:6; a segunda de 2:6;……..6:6, ou seja, um acerto. È possível que mesmo no sexto lançamento o acerto não venha a acontecer, mas ele virá com certeza a cada lançamento feito daí por diante.
Os prognósticos que antecedem a estação chuvosa no semiárido nordestino, são baseados em longas séries históricas que formam tendências e essas tendências podem definir com acerto o que chamamos de inverno, que aqui no nordeste, pode acontecer com mais frequência no verão e o outono, para festa e alegria geral dos moradores da região.
Em relação à economia não é diferente e os prognósticos se baseiam em tendências, em fatos passados, em decisões políticas, em propostas macroeconômicas mais ou menos consistentes, entre outras.
Algum leitor poderá imaginar que a análise da economia por si só, seria pouco abrangente, portanto insuficiente para um juízo de valor. Convém lembrar, no entanto, que a polia da história é movida pela correia da economia.
Polia da História
Educação, saúde, agricultura, segurança, infraestrutura: habitação, saneamento, prospecção e refino de petróleo, estradas, geração de energia, ferrovias, mobilidade urbana, aeroportos, portos e vias navegáveis etc, dependem da economia para gerar emprego e renda para alimentar o mercado desenvolver a agricultura o comércio e a indústria.
A partir do elenco de atividades econômicas listadas anteriormente, mesmo que não escrevamos mais nada, seria suficiente para antever 2021 de forma probabilística e é o que tentaremos resumir na sequência.
Ainda em 2019 o governo conseguiu aprovar a PEC95/2019 com a cumplicidade que chamaríamos de criminosa por parte do congresso nacional. A emenda constitucional 95 impõe um teto de gastos por 20 anos e, isso na prática congela a peça orçamentária anual por 20 anos, o que afronta qualquer raciocínio lógico, pelo fato de congelar o crescimento econômico com reflexos diretos no processo de desenvolvimento, comprometendo tudo quanto foi citado anteriormente.
Um exame expedito dessa proposta, nos revela que o crescimento da população não foi levado em conta, já que à medida que cresce a população, cresce com ela as necessidades em educação, saúde e infraestrutura, exigindo mais escolas e mais educandários, mais hospitais e equipamentos de saúde por exemplo.
Se alguém conhece algum país que tenha adotado essa política suicida e se dado bem, por favor, que se manifeste porque nós não conhecemos nenhum.
Enquanto todos os países mundo crescer, uns mais outros menos, o Brasil além de estagnar o seu crescimento, passou a vender ativos para pagar despesas correntes, como aquele cidadão que se endividou e passou a vender o carro, o guarda roupas, a sofá, a cama, o fogão e por fim a própria casa, levando a família para debaixo da ponte.
Para culminar, surgiu a pandemia do covid19 que no Brasil vem sendo muito mal gerida, somada à grande recessão que já existia, elevou a níveis assustadores o desemprego, o subemprego e a economia informal que atinge mais de 60% da força de trabalho, enquanto o grande capital teve um ganho gigantesco, com a riquesa do baronato quase que dobrou, com um aumento de 99%.
Segundo matéria publicada em outraspalavras.net, de autoria de José Álvaro de Lima Cardoso, “ No próximo ano a combinação será explosiva: desemprego nas alturas, renda do trabalho em queda livre, pobreza absoluta e fome em expansão. O governo não tem nenhum plano para enfrentar verdadeiramente esses grandes problemas. Sua proposta é uma só, porque esta foi a finalidade do golpe: aprofundar a política neoliberal, privatizar tudo, inviabilizar a empresa nacional, acabar com o que sobrou de direitos, acabar completamente com educação e saúde publica. È difícil imaginar que isso possa ser resolvido sem muita briga.”
Quando alguém nos pergunta pelos votos de feliz ano novo não manifestados, sempre respondemos com uma frase de Miguel Arraes:
“nós vamos fazer tudo quanto for possível para que o ano seja promissor e aquilo que a gente não conseguir o povo nos ajudará a fazer.”
Consulta: outraspalavras.net.
Fotografias:agrosmat.com.br;qconcursos.com;brasilescola.uol.com.br;