DIA DE NATAL

 Por: João Vicente Machado

No dia de celebração do Natal de Jesus Cristo os nossos colaboradores e parceiros na construção desse  projeto, nos enviaram mensagens alusivas à efeméride do Natal, escritas com muita sensibilidade e carinho. 

Sobre o tema, nós já emitimos a nossa opinião e o que sinceramente todas as pessoas de boa  fé esperam, é que doravante ao invés de apregoarmos um Natal Sem Fome, procuremos construir um Mundo Sem Fome. Esse sim deve ser o nosso objetivo.




Presépio na Matriz de São Vicente Ferrer – Lavras Da Mangabeira -CE

                                                       

                         ENTÃO É NATAL

Por: Cristina Couto

Quando eu tinha seis anos, a Noite de Festa da minha pequena cidade era um grande evento, a Lapinha era a atração no interior das residências, todas as noites havia uma peregrinação para visitação da representação do nascimento do Menino Deus. O Presépio ocupava quase toda a sala de visita das antigas casas, no centro ficava a Manjedoura, São José e Nossa Senhora, os Pastorzinhos com suas ovelhas, Reis Magos, uma vaca, um jumento, lago feito com um pedaço de espelho com areia em volta e com patinhos a nadar, montanhas de papel grosso, água corrente que passava debaixo de uma pequena ponte, casas, igreja, uma engenhoca trabalhando, cata-ventos, cortinas de seda ou veludo; um anjo pairava sobre a cena e uma estrela no topo anunciava a chegada do Salvador. Ademais era a criatividade da dona da casa, tudo dentro da sua visão de mundo e poder aquisitivo. Naquela época a moda da árvore de Natal e do Papai Noel ainda não havia chegado ao nosso recanto. A festa era simples e rica em significado. Tudo era mistério e encantamento, assim como era a nossa Noite de Natal.

Ao amanhecer do dia 24 de dezembro as portas e janelas dos velhos casarões se abriam, anunciando a chegada dos seus donos que vinham dos seus sítios participarem dos festejos natalinos, enchendo a casa de filhos, parentes e visitantes; no finalzinho da tarde, chegavam mulas, jumentos e burros com caçuás carregados de bolo de caco, pé de moleque, bolo de manzape, rolinho de cana espetado em palito de bambu, garrafas de refrigerantes cheias de ki- Suco de todos os sabores e cores, aluá de pão e de abacaxi. As bancas se espalhavam em torno da Praça da Matriz, as cadeiras nas calçadas e as crianças brincavam de roda, corriam e tagarelavam até serem vencidas pelo cansaço e sono; os jovens conversavam, flertavam, namoravam, e “volteavam” em torno da praça e das bancas; os velhos observavam atentos seus filhos e netos até a hora de se dirigirem a Igreja para assistirem a Missa. Eles viviam e faziam aquela festa há anos.

No patamar da Matriz de São Vicente Ferrer, o nosso saudoso e amado Padre Alzir Sampaio era mais que um vigário, era pai, conselheiro, padrinho, era tão próximo dos fiéis que tínhamos a sensação que ele fazia parte da família. A Celebração da chegada do Menino Deus era cuidadosamente preparada com belas e ricas toalhas bordadas para ornar o Altar e o incenso perfumava o ambiente. Lourdete, irmã do vigário, com muita habilidade deslizava os dedos no harmônio, entoando os mais belos cânticos de Natal e a Missa seguia entre cochichos dos fiéis, brados do celebrante e cochilos daqueles que passaram o dia tralhando.

E, eu, apenas uma criança nunca vi a Noite do Natal até o fim, porque adormecia, mas, observava e registrava toda movimentação da festa que para todos nós era a mais importante, significativa e animada do ano: A NOITE DE FESTA em que se comemorava o nascimento do MENINO DEUS. 




Por: Flavio Ramalho de Brito

Nesse Natal diferente, de afastamento forçado entre as pessoas e de novos tempos ainda difusos temos que nos valer da pena magistral de um grande escritor:

Um Feliz Natal para todos os leitores e colaboradores do blog de João Vicente com os votos de saúde, o único bem valioso da vida. “O resto é paia”, como já dizia a sabedoria popular de um humilde filósofo da minha terra

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