Eleições de Novembro

   

  Por: João Vicente Machado

No próximo mês de novembro serão realizadas eleições em dois países das Américas, um na América do Norte, no caso os Estados Unidos, que elegerão no dia 03 de novembro o Presidente da República e o outro na América do Sul, no caso o Brasil, que em eleições municipais elegerá Prefeitos e Vereadores, no próximo dia 15 de novembro.

Confesso que as eleições dos Estados Unidos não me seduzem, até porque para mim quem quer que se eleja, pouco ou quase nada influirá na postura neocolonialista que é usual naquele país.    A alternância de poder que se arrasta a séculos no país de quatro em quatro anos, só altera  mesmo o pirão, porque as moscas permanecem sempre as mesmas. 

A gangorra da hegemonia política ocorre praticamente com um revezamento secular entre dois partidos. Um de direita que é o Partido Democrata, e o outro de extrema direita que é o Partido Republicano. O mandato do Presidente da República é de quatro anos, com direito a uma reeleição.

Não fosse a influência direta na nossa economia, que agora mais do que nunca é subordinada à batuta do economista démodé Paulo Guedes, que vem querendo  ser “mais realista do que o Rei,” no caso o  canastrão Donald Trump, poderíamos deixar as eleições de lá  passarem   desapercebidas.

Paulo Guedes é um Chicago Boy do baixo clero, oriundo da Escola de Chicago, que virou banqueiro e hoje segue cegamente e até de forma exagerada e servil a cartilha do ultraneoliberalismo, que nem os Estados Unidos, a catedral do capitalismo mundial praticam mais. 

Todavia, coloquemos o lenço no nariz, para enfrentarmos o desafio nada estimulante de tentar fornecer elementos para o juízo de valor dos que nos leem, ou  mesmo aqueles  que nos ouvem numa das nossas falas. O compromisso com a verdade e o respeito aos leitores, nos atiram na liça para defender a classe a que pertencemos e aquilo que pensamos.

A primeira campanha de Donald Trump revelou ao mundo o potencial da inteligência virtual que já vinha sendo usada para outros fins, envolvendo-a de forma decisiva no processo eleitoral estadunidense, sobretudo com a estreia da difusão dos chamados fakes news, ou notícias falsas, além do uso de robôs para milhares de disparos por minuto em tempo real, em direção a um público alvo, pré- definido, através de pesquisas qualitativas.

A candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, era tida e havida como favorita, mas foi alcançada por essa trama fraudulenta em que foi envolvida pela  inovação tecnológica, que teve em  Steve Bannon o mentor intelectual.

Banom, que há poucos dias foi preso acusado de corrupção e uso de métodos espúrios, era consultor independente e foi contratado no decorrer da campanha, como assistente de Trump, vindo a ser depois, estrategista-chefe da Casa Branca, após a eleição  que ele ajudou a ganhar..

Mas como foi e de que forma teria ocorrido a derrota de uma candidata que todos julgavam eleita e como ocorreu de fato o processo de erosão eleitoral de Hilary Clinton? 

Ora, a eleição para presidente dos Estados Unidos, é uma eleição indireta, em que os delegados com direito a voto no colégio eleitoral que vai eleger o Presidente são escolhidos nas eleições primárias realizadas nos estados da federação, ao longo do curso do ano eleitoral. 

A votação popular que ocorre em 03 de novembro tem um efeito simbólico de conferir um verniz democrático ao país que é proclamado como “a maior democracia do mundo” e é um dos pilares de suporte da admiração sob forma de complexo de vira-latas que tem contaminado muitos brasileiros.

Assim sendo, o que vale é os votos dos delegados no Colégio Eleitoral, onde não há quem possa garantir lisura. Nesse passo, apuradas as urnas de 03 de novembro, Hillary Clinton obteve 65.853.516 votos, enquanto Trump recebeu 62.984.825 votos, numa diferença pro Hillary de 2.868.691 votos. 

  E porque não ganhou? Não ganhou simplesmente porque Trump teve mais votos no colégio eleitoral do que ela, ou seja, enquanto Trump obteve 279 votos, correspondentes a 47,5%, Hillary Clinton obteve 228 votos,  que equivale a  47,7%,  com uma diferença de apenas 0,2%.

                           Resultado final da eleição de 2016

  

                               Mapa eleitoral dos Estados Unidos

Pelo mapa acima se pode perceber que o Texas tem o maior número de delegados com 36, seguido da Flórida com 29 delegados e o menor colégio eleitoral  com  1 delegado apenas, encontra-se no arquipélago do Havaí.

Donald Trump, um candidato sem expressão eleitoral, deu a largada previamente derrotado, na avaliação das pesquisas e no conceito da opinião pública. Com o desenrolar da campanha, de derrotado ele passou a azarão, de azarão passou a sinalizar chances reais, e a partir  dessa sinalização tornou-se  uma ameaça, sendo afinal  eleito no colégio eleitoral por uma apertadíssima margem, mesmo perdendo a votação informal do mês de novembro, até ser proclamado  vencedor por  uma mínima  margem de  votos.

Ainda hoje há fatos que não foram devidamente explicados, como os episódios da Flórida, onde a apuração terminou bem depois, naquele que é o segundo maior colégio eleitoral do país, onde o processo de votação foi através de cédulas eleitorais que foram apuradas à mão. Como o estado abriga o maior número de exilados cubanos, segundo informações existe uma máfia muito influente que teria sido decisiva no resultado.

Esse método fraudulento foi exportado para o Brasil na eleição de 2018, quando um capitão medíocre, que foi um deputado medíocre, teria tido Steve Bannon como consultor e segundo se comenta continua  a ser, mais do que consultor, um  conselheiro  do clã  Bolsonaro e é imperativo que essa mesma estratégia não venha a ser utilizada novamente daqui para frente. É o caso de se constatar que:

“Qualquer semelhança com fatos ou pessoas vivas, não terá sido mera coincidência”  

Fontes: BBC News;

               Elpais;

Fotografias:https://pt.wikipedia.org/

                    ISTO É independente.

        

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