Por: João Vicente Machado
Dante Alighieri escreveu em 1472 e encenou a Divina Comédia dividida em três partes: o inferno, o purgatório e o paraíso onde ele descreve o inferno como nove círculos de sofrimento localizados dentro da terra.
O inferno teria sido criado com a queda de Lúcifer do Céu, caindo em Jerusalém. Portanto ali estaria o portal do inferno onde os pecados tornam-se mais graves em ordem crescente dos círculos. Ou seja, do menor para o maior.
A metáfora não poderia ser mais oportuna e mutatis mutandis (valei-me Ronilton Lins e Kissia Poliana) não há nada tão parecido com “o inferno de Bolsonaro.”
Confiram comigo os nove círculos do inferno de Bolsonaro, à medida que os óbitos pelo covid 19 foram aumentando e revelando a total incapacidade do presidente da república de enfrentar a pandemia que provocou a maior crise sanitária de que se tem noticias. Os círculos de Bolsonaro foram se desenhando nessa sequência macabra:
01- MORTE: “corona vírus é invenção da imprensa.”!
10-MORTES: “É só uma gripesinha”!
100-MORTES: “Vão morrer alguns idosos.”!
1.000-MORTES: “Não sou coveiro.”!
10 MIL MORTES: “E daí”!
20 MIL MORTES: “A culpa é dos governadores e dos prefeitos.”!
35 MIL MORTES: “Vamos esconder o número de mortes.”!
40 MIL MORTES: “Invadam os hospitais para verificar a ocupação”.
Nesse caso, em relação ao inferno de Dante faltou apenas um circulo ao inferno de Bolsonaro e pelo andar da carruagem ele completará esta semana.
Ontem os protestos se multiplicaram país afora e revelaram a queda vertiginosa de apoio popular ao presidente que governa de costas para a nação, indiferente ao infortúnio do povo.
Não muito antigamente o apoio ao ogro se organizava com muita rapidez financiada pelos seus discípulos e em forma de arruaça invadia as ruas.
Hoje em dia definharam a ponto da policia de estados aliados como o DF, reprimirem com violência os manifestantes contrários ao “mito” e parece que no caso dele, o portal do inferno, ao invés de Jerusalém é em Brasília.
Cabe aqui a resposta do tribuno romano Cícero a outro senador de nome Catilina. Disse Cícero:
“Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? ” ou seja:
“até quando Catilina, abusaras da nossa paciência?”