Por: Mirtzi Lima Ribeiro;
Com o tempo, ao lidar com muitas pessoas, aprendi a arte da moderação, mas, ela não exime a pessoa de agir com justiça e de modo duro quando isso é necessário. Pela vida de leituras desde meus oito anos de idade, aprendi que o ser humano, respeitadas todas as épocas, é muito rico exatamente porque há diversidade de pensamento, de preferências, de sabores, de aromas, de cores.
Eu sempre olhei para os cinco dedos de cada uma de minhas mãos e me colocava a pensar que cada dedo é diferente, que tem um tamanho, um formato e uma posição distinta na mão, mas, embora isso aconteça, cada um deles trabalha em total harmonia de gestos, obedecendo a um comando único, da mente.
Assim penso ser o inconsciente coletivo da humanidade. Mas, por que não nos encontramos vivenciando essa harmonia, agindo como os dedos das nossas mãos? Porque existe algo como o ego, que deveria refletir fielmente nossa alma, mas, que insiste em esconder toda a beleza dela, porque não abdica de seus domínios, de seu império. O ego reflete uma imagem distorcida da vida.
Ouvindo as pessoas, compreendi que temos muitas limitações, que a minha limitação pode ser a fortaleza do outro, que assim como tenho pontos formidáveis eu também reúno muitos pontos que devem ser melhorados em mim, exatamente porque somos diferentes em formação, dons, talentos, aptidões.
Outra lição que absorvi ao desenvolver a profissão que abracei, tanto como professora do ensino superior como na qualidade de auditora: foi me ater a fatos e não a conjecturas, a ver que o que dizem nem sempre é verdade, que não há nada melhor que ter bases consistentes para escolher, e, escolher com isenção e discernimento.
Sempre haverá um outro dia e lições novas a aprender, para isso é preciso manter a mente aberta e o espírito brando para não deixar o orgulho e o ego soterrarem nossas possibilidades de avançar e de superar nossas limitações e barreiras, além de compreender que como humanidade devemos nos harmonizar apesar de sermos todos diferentes uns dos outros.