Por: Neves Couras;
Essa semana vi as imagens que acredito terem sido as mais impactantes nesta vida. Sei que já vi e vivi muitas experiências que me fizeram repensar, pois sempre me coloco no lugar do outro, principalmente com relação a dor e sofrimento. A primeira imagem que muito me chamou a atenção foi a das mulheres israelenses que foram trocadas por prisioneiros palestinos. A possibilidade de não saber como elas estão mentalmente e fisicamente e, ainda, não ter a certeza de que elas poderiam não ser liberadas, me trouxe a mente tantos pensamentos com relação aos seres humanos e a sua capacidade de fazer atrocidades com outros de sua espécie, me trouxeram ainda as imagens dos campos de concentração Nazista, imagens essas que rogo a Deus que nenhum ser humano seja capaz de passar.
A segunda imagem foi o movimento dos Palestinos sobreviventes de mais uma guerra sem sentido, como todas as guerras, voltando para o Norte de Gaza. Voltando para casa. Que casas?
Aquele cenário devastado sem vida, apenas cada um daqueles homens, mulheres e crianças voltado para seu lugar, carregando a fé e a esperança. São famílias devastadas por outros seres humanos. Como compreender isso?
Por último, para nós brasileiros a alegria de ter um filme concorrendo a três Oscar, incluindo o de Melhor Filme e Melhor atriz, ao mesmo tempo, nos traz a memória parte de uma história que envergonha nosso país. As histórias se repetem. Só muda os atores, o enredo do filme. O objetivo para o acontecimento das tragédias é sempre o mesmo a desumanidade do ser humano.
Parece que tudo está indo “de água à baixo”, mas não percamos a esperança. Eu ainda não perdi a fé na Divindade que tudo comanda. Sabemos que tudo que plantamos, colhemos. Portanto, nossa indignação é a forma de mostrarmos de que lado estamos. Não podemos esquecer, entretanto, que existem as injustiças, mas não os injustiçados. Não somos juízes de ninguém.
Mesmo sabendo de todas essas informações, não posso concordar com nenhuma forma de desumanidade. Precisamos ter o máximo cuidado com o nosso plantio. Para tanto, não existe partido político. Existe a ética, justiça e humanidade.
Precisamos, sim, saber que como um bom chefe, Deus está nos dando a oportunidade de mostrarmos nossa capacidade. De acordo com nosso desempenho, nossa colheita já está definida.
Somo viajantes do tempo. Em cada encarnação, de acordo com nossa história, passamos a ser moradores dos lugares que precisarão de nós. Cabe a nós, a escolha do que iremos plantar, com essa decisão tomada, o solo que escolhermos, estará de acordo com o que devemos cultivar.