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Incansáveis Carnvalescos

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Por:Cristina Couto;

É comum nos grandes centros carnavalescos, em especial, no Rio de Janeiro, onde o samba, a folia e a fantasia se misturam a uma população que já traz em seu DNA a descontração, a alegria e a festa. O Carnaval carioca acontece o ano todo, o final é sempre o recomeço para o ano seguinte. Curte quem festeja, quem aprecia e quem trabalha por e para o grande acontecimento.

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Durante quatro dias a liberdade está no ar, na música, nas fantasias, no passo e no compasso de tudo e de todos. A festa do Carnaval traz para a cidade um instante de utopia a uma realidade rotineira e séria quebrada pela folia, somente, depois de ouvir o primeiro som dos tamborins e o rufar dos tambores a cidade assume o caráter popular e seu significado simbólico… Agora é cair no samba e descontrair.

 

Existe uma característica extraordinária no Carnaval: a dualidade de um tempo-espaço em que os habitantes da cidade libertam todas as suas repressões, assumindo nas máscaras disfarces de sua verdadeira identidade, daquilo que é ou que pretende ser, lugar onde o real e o imaginário caminham juntos numa mistura consensual entre o profano e o sagrado, o popular e o oficial, seguindo a modernidade, mas, sempre arrastando a tradição, seja na mistura das cores, dos sons, dos toques e dos aromas. Nestes dias todos os sentidos pulsam, latejam e balançam no ritmo da alegria, da beleza e da festa.

A Quarta Feira de Cinzas é a ruptura, fim de um ciclo e inicio de outro, é a passagem do profano para o sagrado. Embora, os apaixonados e incansáveis carnavalescos nem se deem conta disso, estão tão envolvidos e embriagados na euforia carnavalesca, mergulhados no mundo de suas fantasias, esquecidos da dor, do cotidiano e da vida normal que nem percebem o tempo passar. Tudo se resume em brincadeira e contentamento.

Só mesmo a sensibilidade do poeta com sua intuição infalível são capazes de enxergar particularidades e peculiaridades inerentes dos foliões. Com muita competência e maestria que Chico Buarque foi capaz de captar detalhes desses incansáveis carnavalescos quando compôs Ela Desatinou.

A música é um samba cadenciado que mostra o final da festa, o raiar da Quarta Feira de Cinzas, e no meio da Avenida uma foliã insiste em continuar dançando, se nega a ver a possível realidade que enfrentará com o retorno ao seu cotidiano, e continua sambando em completo desatino, ignora o fim da brincadeira e da alegria, a destruição de adereços e fantasias e segue no seu mundo de cetim, segue debochando da dor, da falsa vida da avenida, do pecado, do tempo perdido e do jogo acabado, causando inveja a todos que percebem a sua infelicidade, disfarçada de felicidade e seu apego a um mundo irreal, imaginário e feliz do qual ela jamais abrira mão: PORQUE ELA DESATINOU.

 

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