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A importância das eleições de 2022

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Quem nos conhece, com certeza sabe qual o olhar crítico que temos sobre as eleições do modelo econômico liberal burguês posto em prática mundialmente, inclusive no Brasil.

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Entendemos como ficção a forma como foi estruturado o modelo de estado liberal burguês, que apesar de ser um ideal antigo, era de fato algo inexistente. O desenho final é atribuído ao filósofo francês Montesquieu, a quem coube a apresentação da ideia do ordenamento do estado tripartite dividindo o governo em executivo, legislativo e judiciário, fórmula ainda vigente nos dias atuais embora vazando água por tudo quanto é poro.

O lançamento da ideia de Montesquieu ocorreu em 1748, antes mesmo da deflagração da revolução burguesa da França, que teria seu epicentro em 1789. O grande protagonista da pugna foi a burguesia surgente. Ela mudaria a história em seu favor naquilo que, convenhamos, seria um grande avanço político e econômico. O mundo estava às voltas com um feudalismo moribundo, onde apesar disso o absolutismo ainda era o modelo vigente, haja vista não existir estado e o poder ser exercido pelo monarca.

O ciclo revolucionário na França, marcado por conflitos entre Jacobinos e Girondinos, resultou num expurgo de lideranças, entre elas Danton e Robespierre. O Jacobinos, que era a ala esquerda e de ideias mais avançadas, eram liderados de Robespierre. Por sua vez, os Girondinos, a ala da direita mais conservadora, era ligada à monarquia e tinha em Danton uma das lideranças.

 

O ciclo revolucionário se prolongou por 10 anos até 1799 e para a história representou o fim do feudalismo e do absolutismo monárquico.
Ora, a Burguesia que saiu vencedora da refrega, apresentava uma aparente repulsa contra a existência do estado por pura conveniência e oportunismo. Dessa forma, conviveu pacificamente com o absolutismo, até 1851, quando um parente em  enésimo grau de Napoleão Bonaparte desfechou um golpe contra a burguesia, paradoxalmente para salvar o estado burguês. Empurrou uma coroa na própria cabeça e se autodenominou  Luís Bonaparte. A burguesia, numa guinada de 180,° passou imediatamente a defender o estado, como o faz até os nossos dias.

Portanto o estado burguês ainda vigente, que diz adotar os princípios do direito, consagra o juiz como a voz da lei, permite ao ministério público condenar por evidências ou delações premiadas como o fez Deltan Dallagnol, e abre a passarela para o surgimento de uma figura amorfa como o ex juiz  Sérgio Moro.

“Os Direitos Humanos são acessíveis apenas aos Humanos Direitos” como repete sempre o professor emérito da USP Dr Alysson Leandro Mascaro.

O que nos alenta é ainda existir no judiciário e no ministério público um contingente de operadores do direito, cultores da filosofia materialista, tendo como método o materialismo dialético  e o Prof. Alysson Mascaro é um desses exemplares.

Voltando à questão das eleições liberais burguesas, já que aceitamos disputa-las, tenhamos em mente que a sua única função é a de acumular forças para embates futuros,  o que não nos autoriza à inércia, entregando a solução ao voluntarismo.

Se reclamarmos, a burguesia  certamente reagirá assim: “ingressem em um partido político e nos enfrentem nas urnas.” 

Conhecedores que somos da brutal desigualdade na correlação de forças por essa via, temos aceitado as regras do jogo eleitoral liberal burguês, temos participado de eleições e o máximo que temos conseguido é chegar a um presidencialismo de coalizão, com o presidente refém de um congresso, majoritariamente hostil.

É essa a razão da nossa insistência na tese da importância das eleições de 2022, como o fato político mais relevante do ano, em que poderemos ousar “um assalto ao céu” como disse Marx em referencia à comuna de Paris.

Tomemos a nossa Paraíba como exemplo e observemos a composição das nossas bancadas do senado, da câmara federal e da assembleia legislativa. É um desfile de sobrenomes de oligarquias, de neo oligarquias, além  da inclusão  parentela até o terceiro ou quarto grau, todos eles pendurados no estado. em todas as suas instâncias.

O verbo renovar é conjugado de maneira metafísica, pois não são rostos novos, nem sobrenomes alternados que irão promover uma renovação política que venha de encontro aos interesses da esmagadora maioria da nação.

Nessa linha de raciocínio vimos que Konrad Adenauer recuperou a Alemanha com 84 anos de idade, enquanto Nero tocou fogo em Roma com apenas 24.

Não tenhamos medo de escolher os filhos do povo como nossos representantes, porque afinal de contas eles pertencem à classe trabalhadora à qual pertencemos e podem muito bem nos representar.
Você pode até não gostar, ou não entender de gráficos, mas se lançar um olhar an passant pela pirâmide global da desigualdade de riqueza mundial, irá perceber a brutal concentração de rendas levada a efeito pela economia liberal burguesa.

A população mundial é de 8 bilhões de habitantes com B de bola. São 8.000.000.000 de pessoas que precisam pelo menos comer.

Desse contingente, 8,6 % detém 84,7% da riqueza humana, enquanto que 91,4%, a esmagadora maioria, detém apenas 19,2% da riqueza do globo.

Alguém em sã consciência, principalmente aquele que se diz cristão mas não pratica o evangelho, acha essa excrescência normal?
É natural banalizar e relativizar uma enorme legião de famélicos andrajosos apenas contemplando os exageros da burguesia?

Não iremos mostrar a pirâmide do Brasil porque ela é aproximadamente igual e se tiver alguma diferença é para pior.
Creio que nos fizemos entender e que não dá mais para venerar os sobrenomes que nos domina a quase meio século e que igualmente a vinho vem passando de pai pra filho de há muito.

Com o propósito de dirimir dúvidas sobre dois verbetes que muitos usam pejorativamente sem saber o real significado, exibiremos um vídeo em que o laureado professor Alysson Leandro Mascaro da USP, um consagrado operador do direito, define didática e claramente o que é ser de esquerda ou ser de direita.

Na sequencia um vídeo musicado da grande revelação chamada Flávio Leandro, um artista que coloca a sua arte à serviço das causas do povo.
Boa leitura!

Consulta: Karl Marx: O 18 Brumário de Luís Bonaparte; Alysson Leandro Mascaro: Sociologia Política;

Fotografias:https://www.duartelima.com.br/62719-queda-da-bastilha Blog do Maffei: COMO SURGIRAM ESQUERDA E DIREITA? (radiomaffei.blogspot.com);

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1 COMENTÁRIO

  1. Agrada-me saber que as pessoas, mesmo pressionaras em não fazê-lo estão lendo os nossos escritos e o que é melhor, entendendo para melhor interpretar.
    Não podemos despertar a consciência de ninguém. Podemos sim, apresentar-lhes elementos que lhes permita formar juízo de valor a favor da causa dos oprimidos.
    Gratidão a todos!

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