Por João Vicente Machado
O portal PODER 360 (www.poder360.com.br) divulgou uma lista com os resultados das 57 cidades que foram ao 2° turno, incluindo-se aí as capitais.
A primeira das listagens, que pode ser visualizada no endereço eletrônico acima, traz o nome das 18 capitais que realizaram 2° turno e a segunda traz as demais cidades com mais de 200 mil habitantes, que eram obrigadas por lei a realiza-lo.
As eleições passadas trouxeram muitas curiosidades que merecem destaque a começar pela tentativa frustrada de repetir 2018, ocasião em que foi eleito o maior outsider político de que se tem noticia na história do Brasil que é Jair Bolsonaro.
De principio, os postulantes imaginando surfar na popularidade do Presidente da República, ancoraram varias candidaturas nele, mais precisamente 59, tema que tratei aqui neste mesmo espaço em artigo publicado em 27/11/2020, sob o título LIÇÕES DO PRIMEIRO TURNO.
No decorrer da curta campanha de apenas 45 dias e à medida que a popularidade de Bolsonaro foi derretendo, os candidatos foram abandonando o barco, escondendo o padrinho, renegando o apoio e procurando outro dono.
O último a renegá-lo foi Marcelo Fivela, ah! Desculpem, Crivella que afrouxou o cinto e caiu fora, embora mesmo assim tenha sido atingido pela maldição bolsonariana e as bênçãos não alcançadas dos tios Edir Macedo e RR Soares e tenha sofrido a maior derrota da história do Rio de Janeiro.
Outra tentativa que a rigor foi um desdobramento da primeira, foi a enxurrada de candidatura de militares a prefeito, a vice-prefeito e a vereadores, que mais parecia uma eleição interna de quartel. Havia patente para todo gosto, isso em todas as patentes.
Foi um total de 6.715 candidatos que usaram em suas apresentações, referências militares ou policiais, que usavam: ”membro das forças armadas”, “militar reformado,” “policial militar,” “policial civil,” “bombeiro militar” e os números são referentes a todo Brasil.
Longe de mim a ideia de censurar as candidaturas militares, pois a qualquer cidadão brasileiro no gozo dos seus direitos, é perfeitamente legitima a postulação de qualquer cargo eletivo, tanto no executivo como no legislativo.
A imprensa oficial, coadjuvada pelas milícias virtuais, que não pode escamotear o relativo fracasso experimentado pelo Presidente da República no apoio aos seus discípulos, relativiza os fatos e borda um cenário de derrotas eleitorais às forças ditas de esquerda que, a rigor, tiveram de fato retumbantes vitórias políticas, lutando contra toda espécie de pressão, de ordem moral e financeira, exercida sobre o funcionalismo público pelas instancias de governo, obrigando-os a abandonarem seus postos de trabalho e irem para as ruas, com covid19 e tudo, trabalharem para os seus candidatos.
Hoje eu lia uma postagem de Túlio Gadelha em que ele faz referência a uma declaração de fracasso atribuída a Darcy Ribeiro em que ele diz assim:
“Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu “.
Consulta: PODER 360
Fotografias:revistatrip.uol.com.br;