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Cicero Nilvan Ferreira |
Por: João Vicente Machado
Definitivamente essa modelagem usada nos debates eleitorais esgotou-se e precisa ser repensada.
Sabemos que todo veiculo de comunicação compete por audiência e nessa audiência reside a sua viabilidade econômica e financeira. Todavia, a qualidade da programação não pode ser subordinada apenas à audiência, em detrimento da qualidade e é isso que vem ocorrendo, principalmente nas redes de televisão que em toda grade da programação tem apresentado programas de baixo nível e de má qualidade.
A prática do chamado um jornalismo investigativo, muito salutar quando de qualidade, é que têm gerado os Ratinhos da vida, cujo filhote é hoje governador do Paraná, estado que sempre escolheu bons governantes através do tempo e baseado nas propostas dos postulantes, mas dessa vez errou feio.
O paradigma de má qualidade espalhou-se Brasil afora, de forma epidêmica e nessa esteira surgiram os Ratinhos, os Datenas, os Lucianos Hulk, os Siqueras Jr, os Samukas e os Nilvans Ferreira da vida, para não citar outros exemplares da arraia miúda, de somenos importância, na prática do jornalismo rasteiro que chamávamos antigamente estilo mundo cão.
Esse paradigma de má qualidade forneceu a pedagogia dos debates eleitorais, onde o número de concorrentes e a grade de programação da emissora confina no espaço de uma hora de “debate” uma discussão de ações administrativas que permeiam quatro anos de mandato.
Os candidatos, na sua grande maioria desqualificados e armados apenas do oportunismo, seu instrumento cotidiano, servem-se dos holofotes do debate para exercer aquilo que fazem no dia a dia nos microfones e nas redes sociais as quais estão mais para milícias digitais, que repercutem no cotidiano as suas asneiras.
As regras do debate, invariavelmente são as mesmas:
01– Dois minutos para os candidatos se apresentarem e dizerem a que se propõem.
02– Sorteio para a ordem das perguntas.
03– Primeira pergunta com um minuto para formulação, três minutos para a resposta, dois minutos para a réplica e um minuto para a tréplica.
É óbvio, ululante, que num ping pong desses é humanamente impossível tratar de temas de grande abrangência como educação e saúde, num espaço de três minutos.
O que era para ser um debate de ideias os contendores transformam em bate boca, atraem o oponente para a liça em que convivem no dia a dia e passam a jogar para a plateia. No final ainda fazem a indiscreta pergunta: quem venceu o debate?
Esse modelo esgotou-se, definitivamente e, o conselho que eu dou, se é que posso dar conselho aos candidatos, qualificados, com capacidade, qualidade e conhecimento de causa, é não comparecer aos picadeiros desses circos, incorporando o papel de palhaço.
CONCLUSÕES
Considerando ser a televisão uma concessão pública, ela é obrigada a abrir espaço para os candidatos apresentarem as suas propostas de governo, caso eleitos e, o ideal é que esse espaço seja suficiente e sem interrupções nem réplicas, pois a proposta será julgada pelos eleitores nas urnas. Afinal é dele e de mais ninguém a escolha.
A apresentação seria feita pelo próprio candidato e seria intransferivel, sem prejuízo do espaço a que já têm direito no horário eleitoral gratuito.
Far-se-ia um sorteio dois a dois, concedendo o espaço de uma hora para a explanação a cada candidato, sem interrupção nem contestação,
Se o número de candidatos for impar, o último terá também uma hora sem interrupções para a sua apresentação.
As entrevistas individuais serão permitidas, desde que contemple todos os candidatos e fica a critério das emissoras realizá-las.
Como nenhum documento é perfeito de origem, os ajustes necessários iriam sendo feitos no desenrolar dos programas, sempre sob a orientação da justiça eleitoral, que será sempre responsável pela fiscalização e controle de todo processo eleitoral.
Fotografias: wscom.com.br