Por: João Vicente Machado
No dia 13 de junho, dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, foi dado inicio ao tríduo junino tão celebrado no Brasil, notadamente no nordeste brasileiro.
A festa continuará com a celebração ao santo mais festejado do período que é São João Batista e encerrar-se-á no dia 29 de junho, data dedicada à celebração ao discípulo Pedro, padroeiro dos pescadores, que segundo a narrativa do antigo testamento, ele que foi o primeiro papa.
Este ano surgiu um complicador irremovível que foi a crise sanitária que perdura e não esboça sinais de retroação a níveis endêmicos. Doravante iremos conviver com o covid 19 como tantas outras viroses conhecidas que têm surgido, menos letais mas não menos famosas, que vez por outra retornam em forma de surto.
O racional, o obvio, foi o cancelamento dos festejos, como forma de evitar a propagação da pandemia e preservar os grupos de risco que são em grande maioria os idosos.
A criatividade aflorou da crise e tanto a classe artística como os promotores das festas, encontraram a solução na tecnologia e resolveram virtualizar as festas juninas. Evidentemente que a magnitude não pode de forma alguma ser a mesma dos períodos normais, quando o entusiasmo característico das apoteoses que são as festas de Campina Grande e Caruaru e todo o interior da Bahia.
Os artistas que têm mais intimidade com a festa e uma simbologia tipicamente sui generis além da forte ligação telúrica, têm se organizado e através de lives isoladas ou de forma coletiva, mostrando do que os nordestinos são capazes.
Temos visto Alceu Valença, Petrucio Amorim, Maciel Melo, Elba Ramalho, Jorge de Altinho, Nando Cordel, Amazan, Waldonys, Tom Oliveira, Dorgival Dantas, Assisão, Alcimar Monteiro, Santana o Cantador e uma gratíssima revelação que é Flávio Leandro, de uma musicalidade pulsante e uma cultura geral de fazer inveja. Citei esses, mas existem muitos outros talentos surgindo no cenário da verdadeira musica popular nordestina. DO NORDESTE,
A propósito disso, não sei se de autoria de Tom Oliveira, um grupo capitaneado por ele gravou uma musica sobre a festa virtual que postarei no final desse texto, de muitíssimo bom gosto.
Esse era o momento de implementação de um incentivo oficial do ministério da cultura, sob forma de política pública para assegurar a sobrevivência de quantos fazem cultura nesse país que foram criminosamente demonizados pelas toupeiras do desastre administrativo que é o governo Bolsonaro.
Lembremo-nos das Noites Brasileiras; diante do bom inverno esqueçamo-nos um pouco das Vozes da Seca; façamos um Pedido a São João; dancemos um São João Antigo; mesmo que tenhamos de vencer uma Légua Tirana, pelas Estrada de Canindé; lembrando que É Proibido Cochilar; nos abasteçamos na Feira de Caruaru; e à meia noite você Olha Pro Céu torcendo, Cai Cai Balão, sem provocar incêndios.
Afastem as cadeiras da Sala de Reboco e Tome Xote.