Por: João Vicente Machado
O título do texto relembra um filme do francês Luis Buñuel, gravado em 1972 e narra a estória de um embaixador rico e seus pares burgueses que aparecem em grupo, na casa de uma anfitriã que os esperava em outra ocasião, e de surpresa, resolve levá-los a um restaurante onde o gerente tinha morrido.
Encontraram os garçons pranteando o chefe e o grupo acaba ficando sem o jantar por sucessivas tentativas fracassadas.
Vali-me do filme para emoldurar a minha historia tupiniquim, também reveladora dos caprichos do baronato.
Há alguns meses passados, um grupo de madames da praia do Cabo Branco tomou uma decisão arbitraria preconceituosa e desumana, resolveram “proibir” o acesso à praia das pessoas paraplégicas, conduzidas pelos seus cuidadores.
Alegavam, pasmem que a presença deles enfeava a bela paisagem marinha daquele pedaço.
Esse fato deprimente provocou a repulsa da cidade, que em grande número incorporou a causa, solidarizando-se com os deficientes indefesos, vítimas da sanha de um grupo de dondocas audaciosas.
Passando hoje por lá e vendo a praia desertificada, verifiquei a ausência das dondocas que moram em frente, certamente trancafiadas nos seus apartamentos temendo o covid-19.
É de se dizer: O castigo vem a cavalo!