Por: João Vicente Machado
Preferi me reportar a obra de Petra Costa após o julgamento dos agraciados com a premiação do Oscar, o que ocorreu no domingo (9) à noite sem muitas surpresas. O Oscar é uma festa da matriz do cinema que, quer queiram quer não, são os Estados Unidos e não por acaso é, ao longo do tempo, o mais premiado.
Apesar de todos os percalços enfrentados por Petra, dentro do seu próprio país, onde houve críticas acidas e redução do seu trabalho, acho que ela foi vitoriosa em todos os sentidos.
É oportuno lembrar que existe vitória eleitoral que é contabilizada através de números e existe vitória política que ocorre pelo reconhecimento e a aclamação pública e esse foi o caso de Petra Costa.
A comunicação oficial tupiniquim, os órgãos de divulgação do governo, a mídia alinhada e aliada com o establishment, também sabe disso e foi exatamente com medo da vitória política de Petra, essa nova inconfidente mineira, que se mobilizaram, se alevantaram e tentaram a todo custo reduzir a importância da obra, desqualificar o trabalho sério e verossímil da garota das Minas Gerais.
Até o presidente da república, saiu da sua posição de árbitro ou magistrado que o cargo impõe, para, como é do seu costume, proferir heresias contra o documentário, unicamente por tocar-lhe a ferida e assanhar o fantasma do golpe que persegue a ele e aos verdadeiros donos do poder, dos quais é apenas capataz.
No afã odiento e desesperado de detê-la, conseguiram o apoio difamatório de jornalistas consagrados como foi o caso de Pedro Bial, com as suas declarações deploráveis.
Ledo engano, o tiro lhes saiu pela culatra e Petra venceu, e o fez desagravando e lavando a alma dos que acreditamos que eles não passarão incólumes.
Essa é a lição que nos fica: “mais vale a tristeza de uma derrota do que a vergonha de não lutar”