A mercantilização da fé

  Não é meu costume me imiscuir em nenhuma religião ou seita, sem que um motivo relevante surja, causando prejuízo coletivo. Entendo que o livre arbítrio, a livre escolha, é uma opção de cada um e a nosotros resta respeitar.

  Usei as fotos do Facebook e do buxixo Gospel para ilustrar o meu argumento e mostrar os beneficiários de uma cortesia que lhes foi feita por Bolsonaro com o chapéu alheio que é o nosso chapéu.

     A imprensa nacional noticiou nesses últimos dias a decisão de Bolsonaro de desonerar a conta de energia elétrica das igrejas evangélicas, que seriam reduzidas.

   Sabemos que um serviço público para ser prestado precisa de recursos e que esses recursos, ou vêm da via tarifária ou da via fiscal, ou seja: é tarifa ou imposto. Se a decisão for por imposto, a população é que paga, ou melhor, eu e você leitor é que pagamos o mimo oferecido aos  “  pobres pastores”.

    Pois bem, como não existe jantar de graça, vinha eu sintonizado na (rádio) Jovem Pan, já que  não aguento mais ouvir os cuspidores de microfones da paróquia, quando interagiu um ouvinte que passava pelo bairro de Realengo  no Rio de Janeiro e deparou-se com uma multidão na frente de uma igreja de propriedade de Valdomiro Santiago onde os “fiéis”,  de camisa verde angariavam filiações para o partido de Bolsonaro de nome ao que parece, Aliança Brasil.

     Um outro falava de São Paulo e dava conta do mesmo cenário na frente de uma igreja de propriedade de Edir Macedo, realizando o mesmo trabalho.

    Isso é ou não é aliciamento eleitoral? Quem estaria bancando essa farra e com que dinheiro?  Onde andam os paladinos Sérgio Moro, Dallaganol, e a Polícia Federal?

   Entenderam que “todos são iguais perante a lei, mas existe aqueles mais iguais do que outros?”

   A frase de Argemiro de Figueiredo nunca foi tão atual: “Os nossos correligionários não erram e aos adversários façamos justiça!”