Jornalismo de esgoto

Por: João Vicente Machado

    Durante muito tempo, as grandes redes de notícias tiveram papel preponderante no cotidiano político e  administrativo nacional, entronizando gigantes de pés de barro e conduzindo-os às mais diversas escalas de governo, devidamente compartilhados  a posteriori.

    No mais flagrante desvirtuamento dos princípios franciscanos que nos ensina que “ é dando que se recebe”, fazem qualquer negócio: mentem, caluniam e  difamam apenas por indícios de culpabilidade e sequer uma denúncia formal.
    Aqui mesmo, na pequenina e heroica Paraíba, lideranças  foram criadas  ou destruídas, de forma a manter o status quo e reservar aos arautos a  feria compensatória do serviço sujo que praticaram.
    Entendemos que quaisquer denúncia de improbidade, seja de que matiz for, deve ser devidamente apurada e encaminhada a justiça que aplicará a pena punitiva adequada, na magnitude cabível.
    Como no ocidente, Brasil incluso, o direito positivo é que rege os feitos, as provas da culpabilidade devem estar inequivocamente apensadas aos autos e é dessas provas que emergem os julgamentos imparciais.
    De uns tempos  para cá, instalou-se uma “república jurídica” no Paraná, que passou a pré julgar por indícios e segundo as inúmeras  denúncias,   estabelecer uma ligação incestuosa entre o ministério público que acusa e os juízes  que julgam. A moda pegou e  a prática de uma pantomima espetaculosa passou a ser corriqueira nas diligências policiais.   A cada suspeita arma-se o picadeiro de um circo de cartas marcadas para escalar o espetáculo.
    Aqui na Paraíba, no dia de ontem, as duas emissoras regulares que dominam a ribalta da notícia,  acompanharam desde cedo, as diligências para encontrar e prender o ex governador Ricardo Coutinho que sequer denunciado foi,  alem de outros expoentes da vida pública da Paraíba.
Prévias conhecedoras do itinerário como se parte fossem da caravana, durante todo dia fizeram a festa da desconstrução, ruminaram o ódio que destilam desde Brasília até as portas das unidades prisionais.
    Sem nenhum julgamento, fazem pelas ruas o corso da infâmia, da injúria, da acusação sem a mínima prova, da mesma forma que as matrizes jornalísticas fizeram com Lula, acusando-o de adquirir um apartamento cafona, numa praia cafona, que depois foi sobejamente comprovado não ser de sua (dele) propriedade.
    A prova é tamanha que o apartamento foi arrestado para em seguida ser leiloado e abater nas dívidas da OAS.
    O que se esconde, o que se escamoteia é que existe um projeto comum entre esses grupos e as velhas oligarquias da Paraíba para impedir a ascensão da maior liderança política  desse estado e retirá-la do caminho que estão ávidos para palmilhar novamente sem o mínimo compromisso com o povo.
    O resto? “o resto é conversa flácida para bovino dormitar” como diria Humberto de Campos, comentarista esportivo de Campina Grande, de saudosa memória.


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