Tônus Emocional

Por: Mirtzi Lima Ribeiro;

Recentemente assisti a alguns filmes biográficos que retrataram a vida de grandes nomes da música, da arte, do mundo do talento e da criatividade.

Eu percebi na carreira deles um traço em comum: após a consagração e apogeu, alguns aspectos concorreram para que fortes comoções os levassem ao consequente declínio.

Foi notório ver que uns ficaram reféns da depressão ou preferiram levar uma vida de isolamento voluntário, e, outros passaram a ser usuários compulsivos que os levaram à dependência de drogas lícitas ou ilícitas, como uma espécie de fuga ou abandono de si mesmos.

Identifiquei três pilares que tiveram peso e que os sacudiu, maltratando-lhes a emoção de modo pungente:

a) agendas extenuantes além de sua capacidade de absorvê-las, fato que abalou o campo emocional;
b) a completa perda de privacidade, reflexo da fama; e,
c) relações afetivas conflitantes e complexas ou rupturas, em decorrência dos dois fatores acima mencionados, que foram corroendo a sua força de vontade.

Decerto, é comum cuidarmos do corpo, do tônus muscular e da mobilidade, da saúde em geral. Entretanto, muitos se esquecem dos cuidados necessários com vistas a manter o campo emocional saudável, equilibrado e bem nutrido.

A reflexão e a visão adequadas sobre si mesmo, sobre as situações enfrentadas e a respeito das relações afetivas, requer também atenção e manutenção constantes.

Se todos os dias cuidamos de nossa higiene pessoal, é útil também cuidar da limpeza sobre o campo emocional, oferecendo ao mesmo tempo, nutrição de valor para levar mais vitalidade e robusteza ao tônus emocional.

É essencial olhar para si mesmo e compreender que precisamos ser suaves conosco. É imperioso também saber que para amar outra pessoa é preciso primeiro amar a si mesmo, estar inteiro e bem resolvido internamente. Isso significa ter para consigo a devida empatia e carinho, assim como verbalizar aos outros o que queremos e como esperamos ser tratados.

Deste modo vamos definindo nossos filtros e certos limites, trabalhando no zelo em relação a nós mesmos e das atitudes de consideração que entendemos ser merecedores.

E isso se chama maturidade emocional, que nem todos estão dispostos a alcançar, mas, que é essencial à vida de qualidade.

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